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São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2003

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Na Volks, funcionários ameaçam greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários da Volkswagen de São Bernardo aprovaram estado de greve na fábrica. As atividades podem ser paralisadas ou manifestações poderão ocorrer, caso a montadora rompa acordo que prevê estabilidade no emprego até 2006 para os 14,8 mil trabalhadores da unidade.
A decisão ocorreu em assembléia que reuniu ontem 12,5 mil funcionários da unidade, informaram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a comissão de fábrica. A proposta de deixar os trabalhadores "preparados para a guerra", nas palavras de representantes dos empregados, foi em reação ao anúncio da montadora de que está com excedente de 3.933 funcionários em São Bernardo e Taubaté e que pretende remanejá-los.
Uma nova empresa, a Autovisão Brasil, prevista para ser constituída em agosto, será responsável pela recolocação de funcionários em outras fábricas do grupo Volks ou em empresas de fornecedores e revendas.
Para o sindicato, entretanto, o acordo que prevê estabilidade aos funcionários impede a transferência. A empresa informa que vai cumprir o acordo, mas a Folha apurou que, a partir do próximo mês, os excedentes serão procurados na tentativa de serem "atraídos" e "convencidos" a se desligarem da Volks.
"Se ela romper o acordo, vai ter greve. Ninguém sai contra a vontade", disse Hélio Honorato, da comissão de fábrica. "O que a Volks e a GM fazem é chantagem", diz Fernando Lopes, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
Assinado em novembro de 2001, o acordo prevê que o desligamento de funcionários seja feito com voluntários, planos de aposentadoria, comprovada justa causa ou, se o funcionário tiver baixo desempenho, em critérios estabelecidos e acompanhados pelo sindicato. "Caso descumpra o acordo, o sindicato pode acionar a Justiça para pedir a reintegração do trabalhador", disse o advogado Davi Furtado Meirelles.
"O anúncio da empresa foi terrorismo. Uma tentativa de forçar o governo a exagerar nas concessões para o setor", disse José Lopes Feijóo, presidente do sindicato. (CR)


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