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Na Volks, funcionários ameaçam greve
DA REPORTAGEM LOCAL
Os funcionários da Volkswagen
de São Bernardo aprovaram estado de greve na fábrica. As atividades podem ser paralisadas ou manifestações poderão ocorrer, caso
a montadora rompa acordo que
prevê estabilidade no emprego
até 2006 para os 14,8 mil trabalhadores da unidade.
A decisão ocorreu em assembléia que reuniu ontem 12,5 mil
funcionários da unidade, informaram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a comissão de fábrica. A proposta de deixar os trabalhadores "preparados para a
guerra", nas palavras de representantes dos empregados, foi em
reação ao anúncio da montadora
de que está com excedente de
3.933 funcionários em São Bernardo e Taubaté e que pretende
remanejá-los.
Uma nova empresa, a Autovisão Brasil, prevista para ser constituída em agosto, será responsável pela recolocação de funcionários em outras fábricas do grupo
Volks ou em empresas de fornecedores e revendas.
Para o sindicato, entretanto, o
acordo que prevê estabilidade aos
funcionários impede a transferência. A empresa informa que
vai cumprir o acordo, mas a Folha apurou que, a partir do próximo mês, os excedentes serão procurados na tentativa de serem
"atraídos" e "convencidos" a se
desligarem da Volks.
"Se ela romper o acordo, vai ter
greve. Ninguém sai contra a vontade", disse Hélio Honorato, da
comissão de fábrica. "O que a
Volks e a GM fazem é chantagem", diz Fernando Lopes, da
Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
Assinado em novembro de
2001, o acordo prevê que o desligamento de funcionários seja feito com voluntários, planos de
aposentadoria, comprovada justa
causa ou, se o funcionário tiver
baixo desempenho, em critérios
estabelecidos e acompanhados
pelo sindicato. "Caso descumpra
o acordo, o sindicato pode acionar a Justiça para pedir a reintegração do trabalhador", disse o
advogado Davi Furtado Meirelles.
"O anúncio da empresa foi terrorismo. Uma tentativa de forçar
o governo a exagerar nas concessões para o setor", disse José Lopes Feijóo, presidente do sindicato.
(CR)
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