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São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2003

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Falta consenso sobre pacote, diz Furlan

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, disse ontem em Belo Horizonte (MG) que medidas emergenciais ajudariam as montadoras a desovar os seus estoques de automóveis. Embora o assunto esteja em estudo, Furlan afirmou que falta consenso sobre o pacote de ajuda.
"Há diversas propostas. Nós não chegamos ainda a um consenso entre governo, trabalhadores e montadoras", afirmou.
Ele negou que exista dentro do governo divergências acerca do tema, mas disse que a adoção de um programa desse tipo vai depender da aprovação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que está de olho no efeito que isso teria nas finanças públicas.
"A equipe do ministro Palocci está olhando o assunto relacionado ao impacto de uma eventual redução de tributos. Há também esse clima de pátios superlotados e uma dificuldade também de férias coletivas", disse ele.
Embora acredite que medidas emergenciais possam ajudar a alavancar as vendas de automóveis estocados, Furlan disse que há uma série de fatores que devem ser considerados para que o programa tenha êxito.
"Medidas emergenciais ajudariam neste momento a desovar o estoque, mas isso também tem a ver com capacidade de financiamento, capacidade de compra do usuário, taxas de juros, garantias. Então, é um assunto que, como está sendo estudado em um âmbito mais amplo do que o do nosso ministério, eu não posso adiantar mais nada sobre isso."
Furlan disse que um programa visando o incremento das vendas de carros populares pode ser adotado mais adiante. Afirmou ainda ter recebido um estudo de uma consultoria externa, encomendado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), sobre um programa de vendas de carros populares para famílias com renda de até dez salários mínimos. Mas o projeto demoraria "vários meses" para ser executado.
"A situação de grande emergência, hoje, não é de carros que serão construídos, mas daqueles que já estão ali nos pátios. O carro popular pode ser uma boa idéia, mas não no curtíssimo prazo."


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