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Falta consenso sobre pacote, diz Furlan
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz
Fernando Furlan, disse ontem em
Belo Horizonte (MG) que medidas emergenciais ajudariam as
montadoras a desovar os seus estoques de automóveis. Embora o
assunto esteja em estudo, Furlan
afirmou que falta consenso sobre
o pacote de ajuda.
"Há diversas propostas. Nós
não chegamos ainda a um consenso entre governo, trabalhadores e montadoras", afirmou.
Ele negou que exista dentro do
governo divergências acerca do
tema, mas disse que a adoção de
um programa desse tipo vai depender da aprovação do ministro
da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que está de olho no efeito que
isso teria nas finanças públicas.
"A equipe do ministro Palocci
está olhando o assunto relacionado ao impacto de uma eventual
redução de tributos. Há também
esse clima de pátios superlotados
e uma dificuldade também de férias coletivas", disse ele.
Embora acredite que medidas
emergenciais possam ajudar a
alavancar as vendas de automóveis estocados, Furlan disse que
há uma série de fatores que devem ser considerados para que o
programa tenha êxito.
"Medidas emergenciais ajudariam neste momento a desovar o
estoque, mas isso também tem a
ver com capacidade de financiamento, capacidade de compra do
usuário, taxas de juros, garantias.
Então, é um assunto que, como
está sendo estudado em um âmbito mais amplo do que o do nosso ministério, eu não posso adiantar mais nada sobre isso."
Furlan disse que um programa
visando o incremento das vendas
de carros populares pode ser adotado mais adiante. Afirmou ainda
ter recebido um estudo de uma
consultoria externa, encomendado pela CUT (Central Única dos
Trabalhadores), sobre um programa de vendas de carros populares para famílias com renda de
até dez salários mínimos. Mas o
projeto demoraria "vários meses"
para ser executado.
"A situação de grande emergência, hoje, não é de carros que serão
construídos, mas daqueles que já
estão ali nos pátios. O carro popular pode ser uma boa idéia, mas
não no curtíssimo prazo."
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