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Taxas para os consumidores devem cair mais, diz Febraban
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Os juros cobrados do consumidor e das empresas têm recuado desde que o Banco Central começou a cortar a taxa básica, em janeiro último, mas
não no mesmo ritmo da Selic.
Entretanto, segundo a Febraban (Federação Brasileira de
Bancos), a tendência é que
caiam mais rapidamente nos
próximos meses, mesmo que o
Copom (Comitê de Política
Monetária do BC) pare de reduzir o valor de referência.
"No início deste ano, pesou
muito a questão conjuntural.
Diante da crise, as instituições
financeiras reagiram às incertezas sobre o cenário diminuindo a oferta de crédito, o que significou aumento dos "spreads"
[diferença entre a taxa com que
os bancos captam recursos e
aquela aplicada na concessão
de financiamentos]. De lá pra
cá, o panorama foi melhorando
e, com isso, os juros passaram a
recuar. Provavelmente, continuarão caindo com mais força",
diz Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
Desde que o BC deu início a
um novo ciclo de cortes da Selic, os principais bancos brasileiros passaram a anunciar reduções nas taxas praticadas por
eles no mesmo dia em que acaba a reunião do Copom.
Há alguns meses, os comunicados a respeito dessas medidas eram enviados por e-mail à
imprensa algumas horas após o
anúncio da decisão do comitê.
Logo, passaram a chegar apenas minutos depois. Desta vez,
a Caixa Econômica Federal e a
Nossa Caixa anteciparam-se e
informaram já anteontem a diminuições dos seus juros. Ontem, foram seguidas por HSBC,
Banco do Brasil, Bradesco, Itaú
Unibanco e Santander.
Otimismo
Em junho, a taxa média para
pessoa física, considerando todas as modalidades de financiamento, estava em 7,26% ao
mês. Para as empresas, em
4,12% mensais, de acordo com
levantamento da Anefac (Associação Nacional de Executivos
de Finanças, Administração e
Contabilidade). Esses juros, em
queda pelo quinto mês consecutivo, retornavam aos níveis
de abril de 2008, quando a crise
ainda não havia se agravado.
Na opinião de especialistas,
as condições para empréstimos
tendem a melhorar, inclusive
no que diz respeito aos prazos.
"Um impeditivo para que essas perspectivas se concretizem é o aumento da inadimplência, que atualmente já se
encontra perto do pico histórico", ressalva Otto Nogami, economista do Insper.
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