São Paulo, quinta-feira, 23 de julho de 2009

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Taxas para os consumidores devem cair mais, diz Febraban

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Os juros cobrados do consumidor e das empresas têm recuado desde que o Banco Central começou a cortar a taxa básica, em janeiro último, mas não no mesmo ritmo da Selic. Entretanto, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a tendência é que caiam mais rapidamente nos próximos meses, mesmo que o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) pare de reduzir o valor de referência.
"No início deste ano, pesou muito a questão conjuntural. Diante da crise, as instituições financeiras reagiram às incertezas sobre o cenário diminuindo a oferta de crédito, o que significou aumento dos "spreads" [diferença entre a taxa com que os bancos captam recursos e aquela aplicada na concessão de financiamentos]. De lá pra cá, o panorama foi melhorando e, com isso, os juros passaram a recuar. Provavelmente, continuarão caindo com mais força", diz Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
Desde que o BC deu início a um novo ciclo de cortes da Selic, os principais bancos brasileiros passaram a anunciar reduções nas taxas praticadas por eles no mesmo dia em que acaba a reunião do Copom.
Há alguns meses, os comunicados a respeito dessas medidas eram enviados por e-mail à imprensa algumas horas após o anúncio da decisão do comitê.
Logo, passaram a chegar apenas minutos depois. Desta vez, a Caixa Econômica Federal e a Nossa Caixa anteciparam-se e informaram já anteontem a diminuições dos seus juros. Ontem, foram seguidas por HSBC, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.

Otimismo
Em junho, a taxa média para pessoa física, considerando todas as modalidades de financiamento, estava em 7,26% ao mês. Para as empresas, em 4,12% mensais, de acordo com levantamento da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Esses juros, em queda pelo quinto mês consecutivo, retornavam aos níveis de abril de 2008, quando a crise ainda não havia se agravado.
Na opinião de especialistas, as condições para empréstimos tendem a melhorar, inclusive no que diz respeito aos prazos.
"Um impeditivo para que essas perspectivas se concretizem é o aumento da inadimplência, que atualmente já se encontra perto do pico histórico", ressalva Otto Nogami, economista do Insper.


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