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Fatia de emergentes no comércio mundial aumenta "um Brasil"
Segundo a OMC, países abocanharam mais um
ponto, para 38%, em 2008; Brasil segue só com 1,2%
DE GENEBRA
Os países em desenvolvimento continuam ganhando
espaço econômico, e sua fatia
no comércio mundial voltou a
bater recorde no último ano.
A constatação está no relatório anual da OMC (Organização
Mundial do Comércio), divulgado ontem, que reflete sobre
os custos e benefícios do uso de
medidas protecionistas legais
em tempos de crise.
Segundo o estudo, "a fatia das
economias em desenvolvimento no comércio global de mercadorias estabeleceu um novo
recorde em 2008, com exportações atingindo 38% do total
mundial", um ponto percentual a mais do que no ano anterior. O volume de importações
desses países também cresceu,
de 32% para 34%.
Na soma, o aumento é muito
próximo ao que coube ao Brasil
no comércio mundial em 2008,
1,2%, segundo a OMC.
Embora a proporção seja
idêntica à de 2007, o Brasil ganhou uma posição no ranking
dos exportadores, tornando-se
o 22º, com aumento de 23% das
vendas ao exterior. Na lista dos
importadores, o país ganhou
três posições, para a 24ª, com
aumento de 44% nas compras.
A Alemanha continua sendo
a maior máquina de exportação
do planeta, mas sua fatia do bolo encolheu de 9,5% para 9,1%,
como reflexo direto da crise.
Alguns especialistas já veem
como iminente a perda da liderança para a China, cuja participação atingiu 8,9% do total.
O relatório da OMC confirma
ainda a revisão negativa de sua
projeção para o comércio mundial neste ano, de 9% de contração para 10%, como já vinha antecipando nas últimas semanas
o diretor-geral da entidade,
Pascal Lamy.
Em meio à maior queda no
comércio global desde a Segunda Guerra, a OMC dedica a
maior parte de seu relatório
anual à discussão sobre "medidas de contingência" usadas
para restringir as importações.
A conclusão é que ações legais para limitar as importações podem ser úteis como
"válvula de escape" para que os
países aliviem a pressão interna em tempos de crise, mas
contêm o risco de alimentar a
escalada protecionista.
(MN)
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