São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

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FINANÇAS

Categorias desconhecidas no mercado registram rentabilidade de até 24% no ano; a poupança acumula 5,29%

Fundo menos popular tem ganho elevado

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Fugir do tradicional tem sido uma boa pedida no mercado financeiro neste ano. Categorias de fundos de investimento menos populares, como os que acompanham a inflação ou a distribuição de dividendos, têm se destacado com rentabilidade melhor do que os fundos DI ou de renda fixa.
Com a inflação um pouco mais alta no primeiro semestre, as aplicações que seguem índices de preços se beneficiaram.
A rentabilidade desses fundos varia de acordo com os valores dos títulos que formam cada carteira. Neste ano, até o dia 18, os fundos atrelados a índices de inflação, levantados pela Folha, registraram ganhos entre 11,28% e 13,80%. No mesmo período, os fundos DI tinham rentabilidade média de 9,56%, a caderneta de poupança, de 5,29% e os fundos cambiais, de 4,69%.
A queda da taxa básica de juros (Selic) prejudicou o retorno dos fundos DI e de renda fixa -formados, em grande parte, por títulos públicos que seguem os juros. A taxa básica foi reduzida pelo Banco Central em 10 pontos percentuais entre o fim do primeiro semestre de 2003 e agora. Atualmente, a Selic está em 16% anuais.
Outra modalidade de aplicação, essa com um pouco mais de risco, os fundos de dividendos têm dado retornos expressivos em 2004.
Esse tipo de aplicação carrega em carteira somente ações de empresas com perspectiva de bom pagamento de dividendos.
Foram levantados fundos dessa categoria com valorização acumulada neste ano entre 16,38% e 24,61%. Os dados são do site Fortuna, que faz um acompanhamento dos fundos.
Com a expectativa de um crescimento mais forte da economia neste segundo semestre -movimento que pode resultar em maior lucro para as empresas e, conseqüentemente, mais dividendos pagos-, os gestores acreditam que fundos de dividendos devem dar retornos significativos.
"Avaliamos as empresas com boa perspectiva futura e histórico de boa pagadora de dividendos. Com a economia mais aquecida, os resultados das empresas e dos fundos de dividendos podem ser ainda melhores daqui para a frente", afirma Ricardo Magalhães, gestor de renda variável da Mellon Global Investments.

Riscos
Se a inflação em alta melhora o rendimento dos fundos que acompanham índices de preços, o raciocínio inverso é válido.
Por isso, para Mônica Dresbach, superintendente de renda fixa do BankBoston Asset Management, os fundos de inflação devem ser encarados como uma alternativa de diversificação de investimentos. "Um dos objetivos dessas aplicações é proteger investidores que temem um repique inflacionário", diz Dresbach.
Analistas afirmam que não deve haver agora uma corrida para esses fundos, como ocorreu no segundo semestre de 2002. Naquele período, a escalada dos preços fez investidores correrem para ganhar com a inflação.
"É importante frisar que a expectativa é de que os índices de inflação sejam mais brandos nos próximos meses. Por isso, a rentabilidade das aplicações no segundo semestre pode ser menor que a do primeiro", afirma Paulo Caritatti, superintendente de renda fixa do Citigroup Asset.
O pequeno investidor também pode aplicar nesses tipos de fundos. O Caixa FIF Capital -fundo da CEF atrelado à inflação- aceita aplicações a partir de R$ 1.000.


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