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FINANÇAS
Categorias desconhecidas no mercado registram rentabilidade de até 24% no ano; a poupança acumula 5,29%
Fundo menos popular tem ganho elevado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Fugir do tradicional tem sido
uma boa pedida no mercado financeiro neste ano. Categorias de
fundos de investimento menos
populares, como os que acompanham a inflação ou a distribuição
de dividendos, têm se destacado
com rentabilidade melhor do que
os fundos DI ou de renda fixa.
Com a inflação um pouco mais
alta no primeiro semestre, as aplicações que seguem índices de preços se beneficiaram.
A rentabilidade desses fundos
varia de acordo com os valores
dos títulos que formam cada carteira. Neste ano, até o dia 18, os
fundos atrelados a índices de inflação, levantados pela Folha, registraram ganhos entre 11,28% e
13,80%. No mesmo período, os
fundos DI tinham rentabilidade
média de 9,56%, a caderneta de
poupança, de 5,29% e os fundos
cambiais, de 4,69%.
A queda da taxa básica de juros
(Selic) prejudicou o retorno dos
fundos DI e de renda fixa -formados, em grande parte, por títulos públicos que seguem os juros.
A taxa básica foi reduzida pelo
Banco Central em 10 pontos percentuais entre o fim do primeiro
semestre de 2003 e agora. Atualmente, a Selic está em 16% anuais.
Outra modalidade de aplicação,
essa com um pouco mais de risco,
os fundos de dividendos têm dado retornos expressivos em 2004.
Esse tipo de aplicação carrega
em carteira somente ações de empresas com perspectiva de bom
pagamento de dividendos.
Foram levantados fundos dessa
categoria com valorização acumulada neste ano entre 16,38% e
24,61%. Os dados são do site Fortuna, que faz um acompanhamento dos fundos.
Com a expectativa de um crescimento mais forte da economia
neste segundo semestre -movimento que pode resultar em
maior lucro para as empresas e,
conseqüentemente, mais dividendos pagos-, os gestores acreditam que fundos de dividendos devem dar retornos significativos.
"Avaliamos as empresas com
boa perspectiva futura e histórico
de boa pagadora de dividendos.
Com a economia mais aquecida,
os resultados das empresas e dos
fundos de dividendos podem ser
ainda melhores daqui para a frente", afirma Ricardo Magalhães,
gestor de renda variável da Mellon Global Investments.
Riscos
Se a inflação em alta melhora o
rendimento dos fundos que
acompanham índices de preços, o
raciocínio inverso é válido.
Por isso, para Mônica Dresbach,
superintendente de renda fixa do
BankBoston Asset Management,
os fundos de inflação devem ser
encarados como uma alternativa
de diversificação de investimentos. "Um dos objetivos dessas
aplicações é proteger investidores
que temem um repique inflacionário", diz Dresbach.
Analistas afirmam que não deve
haver agora uma corrida para esses fundos, como ocorreu no segundo semestre de 2002. Naquele
período, a escalada dos preços fez
investidores correrem para ganhar com a inflação.
"É importante frisar que a expectativa é de que os índices de inflação sejam mais brandos nos
próximos meses. Por isso, a rentabilidade das aplicações no segundo semestre pode ser menor que a
do primeiro", afirma Paulo Caritatti, superintendente de renda fixa do Citigroup Asset.
O pequeno investidor também
pode aplicar nesses tipos de fundos. O Caixa FIF Capital -fundo
da CEF atrelado à inflação- aceita aplicações a partir de R$ 1.000.
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