São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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Empresas brasileiras reduzem otimismo e temem alta de preços

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas com ação em Bolsa seguem otimistas com as perspectivas para a economia no segundo semestre, mas a alta nos custos e a dificuldade em repassá-los já aparecem como uma das maiores preocupações dos empresários, segundo enquete da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas) com seus associados.
Na pesquisa, 61% das empresas afirmaram que sentem uma tendência de aumento de preços nos setores em que atuam no segundo semestre, enquanto 48% prevêem que os preços seguirão no mesmo patamar. Nenhuma empresa afirmou esperar queda nos seus preços.
A situação era bem diferente no início do ano, quando a maioria (57%) ainda acreditava em preços estáveis e só 33% vislumbravam aumentos nos preços. Participaram da pesquisa 39 empresas abertas.
Para 61% das empresas, a inflação pelo IPCA deve se acelerar em relação às previsões do primeiro semestre. No início do ano, 46% tinham essa visão.
"A inflação, que já aparecia como preocupação das empresas no primeiro semestre, foi uma expectativa negativa que se materializou. Mas há uma visão positiva de crescimento, que não será inferior a 5% do PIB", disse Antonio Castro, presidente da Abrasca.
As empresas também reduziram sua expectativa de aumento dos investimentos no segundo semestre -51% vêem o nível de investimento estável, 41% apostam em aumento e só 8% esperam uma redução. No início do ano, 72% esperavam aumento nos investimentos.
A pesquisa revelou que as empresas abertas seguem confiantes no aumento da demanda por seus produtos e no crescimento do PIB neste ano: 61% das companhias vêem demanda ainda alta nos setores em que atuam -no início do ano, esse percentual era de 82%.
O mesmo ocorre com o nível de emprego nos seus respectivos setores, que deverá seguir se expandindo para 49% dos entrevistados, mesmo percentual dos que acreditam que seguirá no mesmo patamar. No início do ano, o total dos que apostavam na expansão das contratações era de 62%.
"Chamou a atenção a redução dos que acreditavam em investimentos em alta. Há uma expectativa de que os "spreads" bancários [diferença entre taxa captada e cobrada] aumentem. No início do ano, a visão era que os juros ficariam estáveis."


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