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Empresas brasileiras reduzem otimismo e temem alta de preços
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas com ação em
Bolsa seguem otimistas com as
perspectivas para a economia
no segundo semestre, mas a alta nos custos e a dificuldade em
repassá-los já aparecem como
uma das maiores preocupações
dos empresários, segundo enquete da Abrasca (Associação
Brasileira das Companhias
Abertas) com seus associados.
Na pesquisa, 61% das empresas afirmaram que sentem uma
tendência de aumento de preços nos setores em que atuam
no segundo semestre, enquanto 48% prevêem que os preços
seguirão no mesmo patamar.
Nenhuma empresa afirmou esperar queda nos seus preços.
A situação era bem diferente
no início do ano, quando a
maioria (57%) ainda acreditava
em preços estáveis e só 33%
vislumbravam aumentos nos
preços. Participaram da pesquisa 39 empresas abertas.
Para 61% das empresas, a inflação pelo IPCA deve se acelerar em relação às previsões do
primeiro semestre. No início
do ano, 46% tinham essa visão.
"A inflação, que já aparecia
como preocupação das empresas no primeiro semestre, foi
uma expectativa negativa que
se materializou. Mas há uma visão positiva de crescimento,
que não será inferior a 5% do
PIB", disse Antonio Castro,
presidente da Abrasca.
As empresas também reduziram sua expectativa de aumento dos investimentos no segundo semestre -51% vêem o nível
de investimento estável, 41%
apostam em aumento e só 8%
esperam uma redução. No início do ano, 72% esperavam aumento nos investimentos.
A pesquisa revelou que as
empresas abertas seguem confiantes no aumento da demanda por seus produtos e no crescimento do PIB neste ano: 61%
das companhias vêem demanda ainda alta nos setores em
que atuam -no início do ano,
esse percentual era de 82%.
O mesmo ocorre com o nível
de emprego nos seus respectivos setores, que deverá seguir
se expandindo para 49% dos
entrevistados, mesmo percentual dos que acreditam que seguirá no mesmo patamar. No
início do ano, o total dos que
apostavam na expansão das
contratações era de 62%.
"Chamou a atenção a redução dos que acreditavam em investimentos em alta. Há uma
expectativa de que os "spreads"
bancários [diferença entre taxa
captada e cobrada] aumentem.
No início do ano, a visão era que
os juros ficariam estáveis."
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