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Agência mantém data para início de portabilidade numérica
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O conselho da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) manteve ontem a data de
1º de setembro para a implantação da portabilidade numérica -serviço que permitirá trocar de operadora e continuar
com o número do telefone (fixo
ou móvel). A medida é definitiva e foi tomada pelo circuito deliberativo, um sistema em que
os conselheiros tomam decisões entre si via internet.
A agência vinha sendo pressionada pelas operadoras (fixas
e móveis) pelo adiamento, sob a
alegação de não estarem tecnicamente preparadas. Nas três
cartas enviadas à Anatel, entre
junho e a semana passada, elas
levantavam dúvidas de que o
serviço poderia ter falhas. A
Folha apurou que pelo menos
quatro operadoras fixas e uma
móvel ainda têm sérios problemas com o sistema que vai oferecer a portabilidade. Justamente por isso, a Anatel criou
um plano de ação que deve valer por 45 dias.
Durante esse período, o GIP
(Grupo de Implementação da
Portabilidade) vai monitorar
diariamente o serviço para que
os problemas técnicos apresentados e relatados sejam resolvidos. A agência também vai criar
uma lista com os nomes das
operadoras responsáveis pelas
falhas.
Os técnicos também farão
acompanhamento diário, por
meio de equipes de fiscalização,
dos resultados dos testes nas
redes das companhias. Esses
dados passarão diretamente
para a Superintendência de
Serviços Públicos e Privados e a
de Radiofreqüência e Fiscalização. Isso para que, em casos de
eventuais emergências, as duas
possam propor ações imediatamente.
"Plano B"
Essa foi a forma encontrada
pela Anatel para não assumir o
custo político por outro adiamento da portabilidade. Por
pressão das teles, o serviço
-previsto na Lei Geral das Telecomunicações desde 1997-
foi postergado há três anos.
Desta vez, a agência manteve a
data, mas flexibilizou as regras
porque sabe das deficiências
técnicas das operadoras.
Com esse plano de emergência, a agência cede um prazo para que as sete operadoras com
dificuldades (Telefônica, Brasil
Telecom, Oi, CTBC, TIM e Sercomtel) possam se adequar,
mas com o sistema em funcionamento.
No final de outubro, será feita uma nova bateria de testes
para que, a partir de 15 de novembro, o serviço esteja em
pleno funcionamento.
Segundo técnicos que implantaram o sistema da portabilidade, os riscos de que ocorram problemas como no México são grandes. Lá, as dificuldades apresentadas pelas operadoras mexicanas foram parecidas com as das brasileiras.
O sistema entrou em funcionamento na data determinada,
mas 24 milhões de ligações foram perdidas logo nos primeiros dias. Lá, as redes também
não conseguiam "conversar"
umas com as outras de maneira
correta.
Os maiores empecilhos ocorrem dentro das próprias teles.
A rede responsável pela portabilidade está implantada e funciona corretamente, mas ela
precisa se comunicar com os
sistemas de dados e gerenciamento de tarefas das companhias (como contagem de minutos, cobrança de tarifas, uso
de outras redes, atendimento
ao cliente, por exemplo). É aí
que reside a confusão.
Boa parte das companhias,
principalmente as concessionárias fixas, ainda não conseguiu colocar tudo em ordem.
Para o consumidor, o melhor a
fazer é esperar pelo menos um
mês para solicitar a troca de
operadora.
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