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Especialistas apontam queda de braço entre estrangeiras e União
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A tese das empresas petrolíferas, combatida pelo governo,
também não é unanimidade
entre especialistas do mercado.
Dois ex-funcionários da Petrobras com mais de 30 anos de
empresa, o geólogo Renato
Bertani e o engenheiro Armando Guedes Coelho, discordam
parcialmente dela.
"O risco exploratório mostrado até aqui é anormalmente
baixo e não deve mudar em
áreas mais afastadas", afirma
Bertani. "Ainda há um risco de
produção, mas nada muito diferente do que a indústria já está acostumada no mundo inteiro", acrescenta.
Para Guedes, os insucessos
no pré-sal no passado não devem servir de parâmetro. "A
tecnologia e as técnicas de perfuração mudaram", diz. "Toda
discussão é, na verdade, uma
queda de braço, em que cada
um quer tornar a sua parte
mais vantajosa."
A polêmica está sendo usada
para combater a mudança do
modelo atual de concessões
-em que a empresa vencedora
do leilão fica com o óleo produzido- para o de partilha -em
que o petróleo é dividido entre
a União e as companhias.
O governo não esconde que
decidiu modificar a Lei do Petróleo por uma questão "estratégica e nacionalista", justificando que todos os países que
fizeram descobertas relevantes
no setor fizeram o mesmo para
garantir maior controle sobre
essas riquezas.
A principal crítica das petrolíferas estrangeiras está na decisão do governo de fortalecer o
papel da Petrobras no pré-sal.
Para elas, o presidente Lula está recriando o monopólio do
petróleo no país, o que pode desestimular os investimentos
estrangeiros no setor.
De acordo com a versão mais
recente da proposta, a Petrobras será a operadora única do
pré-sal, terá garantida uma
participação mínima de 30%
nos consórcios e ainda poderá
ser contratada diretamente pela União, sem necessidade de licitação.
(SL e VC)
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