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TESOURO NACIONAL
Endividamento sobe e vai a R$ 695,5 bi
Governo faz resgate de R$ 4 bi em títulos, e dívida tem alta de 0,9%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez no ano, o governo resgatou no mês passado títulos públicos que estavam vencendo e deixou de renová-los.
A folga de caixa do Tesouro Nacional permitiu o pagamento de
R$ 4 bilhões ao mercado financeiro. Esse foi um dos fatores que fizeram a dívida pública crescer
apenas 0,9% em agosto.
No mês passado, a dívida pública em poder do mercado financeiro atingiu o total de R$ 695,95
bilhões. A redução de dois pontos
percentuais na taxa básica de juros (Selic) na semana passada, de
22% para 20% ao ano, vai gerar
uma economia de R$ 7 bilhões em
um prazo de 12 meses.
O coordenador da Dívida Pública do Tesouro, Paulo Valle, explicou que o aumento do endividamento está relacionado à correção da parcela da dívida que é indexada à variação da taxa de juros
básica.
Ele disse que o Tesouro já conseguiu recompor seu caixa, reduzido por causa da crise do ano
passado. Em 2002, o governo teve
dificuldade para rolar (substituir
títulos vencidos por novos) a dívida, o que exigiu vários resgates
mensais.
Agora, de acordo com Valle, o
caixa, dinheiro que pode ser usado para recomprar os títulos públicos, passa de R$ 60 bilhões.
"Passamos o primeiro semestre
inteiro recompondo o caixa. Em
agosto, por causa da votação das
reformas, nós resolvemos não fazer leilão durante uma semana",
contou.
Recompra
Como as votações aumentam a
volatilidade do mercado, o governo pôde optar e não fazer os leilões.
Em fevereiro o governo também resgatou mais títulos que
emitiu, mas a negociação não envolveu papéis que estavam vencendo no mês.
O Tesouro recomprou títulos
que tinham vencimentos no futuro para reduzir a concentração de
dívida em determinados meses
do ano.
Em relação à composição da dívida, o chefe do Departamento de
Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, disse que
a parcela dos débitos corrigida pela variação cambial deve cair para
27% em setembro, o menor percentual do ano. Em agosto, essa
participação foi de 28,1%.
Composição da dívida
Goldenstein informou que o governo rolou apenas 33,9% da dívida corrigida pelo dólar que venceu em agosto. No ano passado, a
rolagem era de 100% por pressão
do mercado.
Também pela primeira vez no
ano, em agosto a emissão de títulos prefixados -que têm correção definida no momento da venda- superou a de títulos pós-fixados, com remuneração definida no momento do resgate.
Para o governo, é melhor emitir
títulos prefixados porque é possível saber exatamente qual será o
custo da dívida no futuro. A participação desses títulos no total da
dívida subiu de 1,91% em janeiro
para 7,42% em agosto.
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