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São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2003

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AGRICULTURA

Clima, tecnologia e preço impulsionam produção

GO pode se tornar o maior produtor da terceira safra de feijão em 2003

UISAL BAKRI
DA AGÊNCIA FOLHA

O Estado de Goiás deve se tornar neste ano o maior produtor da chamada terceira safra de feijão, de acordo com estimativa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Segundo a empresa, da safra plantada de maio a julho e que deve ser colhida neste mês e em outubro, Goiás terá 33,20% do total produzido no Brasil, e Minas Gerais, 27,71%. No ano passado, Goiás ficou atrás de Minas (30,33% a 32,30%).
A terceira safra foi introduzida no país no final dos anos 80, com uso de irrigação e, em geral, por grandes produtores com lavouras altamente mecanizadas. O tipo de feijão mais plantado é o carioca (variedade Pérola). Já na primeira safra (plantada de outubro a janeiro) e na segunda (fevereiro a abril), predomina o cultivo por pequenos produtores.
Por isso, segundo a Embrapa, a produtividade nas duas primeiras safras é de 600 kg/ha a 800 kg/ha. Já na terceira safra, mecanizada, o rendimento é de 2.000 kg/ ha.
A previsão da Embrapa é que a produção da terceira safra no país chegue neste ano a 397.274 t (era de 352.733), sendo 131.879 t em Goiás, 110.104 t em Minas, 99.600 t em São Paulo e 26.032 t em Mato Grosso.
De acordo com Luiz Fernando Stone, pesquisador da unidade Arroz e Feijão da Embrapa, no ano passado, neste mesmo período, foram colhidas em Goiás 112.537 t em área de 42.351 ha plantados, com produtividade média de 2.560 kg/ha.
Na atual safra, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produtividade média deverá chegar em Goiás a 2.700 kg/ha.
Boas condições climáticas, uso de modernas técnicas de produção e disponibilidade de água para irrigação são fatores apontados pela Embrapa para o avanço da terceira safra de feijão em Goiás. Mas o fator preço também pesou. O custo de produção do feijão gira em torno de R$ 2.250/ha, pressionado principalmente pelo custo da irrigação, além dos insumos.
Se obtiver 50 sacas de 60 quilos por hectare, o que é comum nesta fase, o custo chega a R$ 45 por saca. Como o preço no atacado varia atualmente de R$ 60 a R$ 65, a lucratividade é boa, principalmente considerando que o ciclo da cultura é de apenas 70 dias.


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