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AGRICULTURA
Clima, tecnologia e preço impulsionam produção
GO pode se tornar o maior produtor da terceira safra de feijão em 2003
UISAL BAKRI
DA AGÊNCIA FOLHA
O Estado de Goiás deve se tornar neste ano o maior produtor
da chamada terceira safra de feijão, de acordo com estimativa da
Embrapa (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária).
Segundo a empresa, da safra
plantada de maio a julho e que deve ser colhida neste mês e em outubro, Goiás terá 33,20% do total
produzido no Brasil, e Minas Gerais, 27,71%. No ano passado,
Goiás ficou atrás de Minas
(30,33% a 32,30%).
A terceira safra foi introduzida
no país no final dos anos 80, com
uso de irrigação e, em geral, por
grandes produtores com lavouras
altamente mecanizadas. O tipo de
feijão mais plantado é o carioca
(variedade Pérola). Já na primeira
safra (plantada de outubro a janeiro) e na segunda (fevereiro a
abril), predomina o cultivo por
pequenos produtores.
Por isso, segundo a Embrapa, a
produtividade nas duas primeiras
safras é de 600 kg/ha a 800 kg/ha.
Já na terceira safra, mecanizada, o
rendimento é de 2.000 kg/ ha.
A previsão da Embrapa é que a
produção da terceira safra no país
chegue neste ano a 397.274 t (era
de 352.733), sendo 131.879 t em
Goiás, 110.104 t em Minas, 99.600 t
em São Paulo e 26.032 t em Mato
Grosso.
De acordo com Luiz Fernando
Stone, pesquisador da unidade
Arroz e Feijão da Embrapa, no
ano passado, neste mesmo período, foram colhidas em Goiás
112.537 t em área de 42.351 ha
plantados, com produtividade
média de 2.560 kg/ha.
Na atual safra, segundo dados
do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), a produtividade média deverá chegar em
Goiás a 2.700 kg/ha.
Boas condições climáticas, uso
de modernas técnicas de produção e disponibilidade de água para irrigação são fatores apontados
pela Embrapa para o avanço da
terceira safra de feijão em Goiás.
Mas o fator preço também pesou.
O custo de produção do feijão gira
em torno de R$ 2.250/ha, pressionado principalmente pelo custo
da irrigação, além dos insumos.
Se obtiver 50 sacas de 60 quilos
por hectare, o que é comum nesta
fase, o custo chega a R$ 45 por saca. Como o preço no atacado varia atualmente de R$ 60 a R$ 65, a
lucratividade é boa, principalmente considerando que o ciclo
da cultura é de apenas 70 dias.
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