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Dispara procura para zerar emissão de gases
Quase cem projetos de neutralização de carbono foram efetivados neste ano no país, ante cerca de 30 entre 2005 e 2006
Marketing e consciência ambiental explicam alta; pequena e grande empresa contabilizam suas emissões de gases de efeito estufa
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Tornar-se uma empresa de
"carbono neutro", ou que consegue zerar as emissões de gases que provocam o efeito estufa geradas com suas atividades,
está na moda. A explosão na
procura comprova: quase cem
projetos de neutralização de
carbono foram efetivados neste
ano no país, ante cerca de 30
entre 2005 e 2006.
Movidas por consciência ambiental, marketing ou ambos,
as empresas passaram neste
ano a procurar consultorias
que conferem esse tipo de certificação com mais freqüência.
Pequenas empresas procuram o serviço, mas as grandes
também. Bradesco, BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e
até a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) estão contando suas emissões de GEEs (gases de efeito
estufa) para neutralizá-las.
"Vamos lançar um fundo de
investimentos em projetos de
créditos de carbono, temos que
dar o exemplo", afirma Eduardo Bandeira de Mello, chefe do
departamento de meio ambiente do BNDES. O banco vai
recuperar florestas, plantando
árvores que cubram as suas
emissões de carbono.
Para Marco Antonio Fujihara, diretor da Totum, que faz
consultoria ambiental, a neutralização de carbono é mais fácil, dá visibilidade rápida e, por
isso, é preferida pelos "marqueteiros". "Esse tipo de iniciativa
está crescendo aqui como reflexo da Europa, onde esse mercado voluntário está crescendo
assustadoramente."
Por aqui, as consultorias especializadas no tema dizem
que quase não havia procura
pela neutralização até o ano
passado. É o caso da multinacional DNV, que, até 2006, não
havia tido demanda para esse
tipo de serviço, segundo Otavio
da Costa, gerente de mudanças
climáticas.
Os projetos não consistem só
em plantar árvores, diz Eduardo Petit, diretor de marketing e
vendas da MaxAmbiental. "Há,
por exemplo, captura de metano na atividade agropecuária."
Para Julio Tocalino Neto, diretor-executivo da BCB (Brazilian Carbon Bureau), é um misto de tendência com ferramenta que pode ser usada no marketing da empresa. "Quem sair
na frente vai ter ganhos de imagem. Uma atitude assim força a
concorrência a vir atrás."
Boa medida desse efeito exposição é dada no relato de
Adauto Basilio, diretor de captação de recursos do projeto
Florestas do Futuro do SOS
Mata Atlântica: "Promovemos
um show de O Rappa no ano
passado e resolvemos neutralizar o carbono do evento. Isso
gerou tanta repercussão que as
empresas passaram a ver nessa
iniciativa uma maneira de
atrair a mídia".
E não é tão difícil, segundo
Petit, neutralizar as emissões
de GEEs. Só entram na conta as
emissões efetivamente geradas
pela atividade da empresa
-uso de carros, por exemplo.
Não há uma tabela de preços
para esse tipo de projeto. Mas o
plantio de uma árvore, acompanhada pelo projeto Florestas
do Futuro, do SOS Mata Atlântica, custa R$ 10.
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