|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BC acumula perda de R$ 12 bi desde maio
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde que voltou a fazer operações no mercado de derivativos,
em maio passado, o Banco Central já perdeu R$ 12,25 bilhões.
O prejuízo decorre da disparada
do dólar, que, desde então, já subiu mais de 60%. Só nos primeiros 11 dias deste mês, o prejuízo
foi de R$ 1,37 bilhão.
Mercado de derivativos é o nome genérico dado às negociações
de contratos cujos rendimentos
dependem da variação de outras
cotações. No caso do BC, as operações envolvem contratos de
"swap" cambial.
Embora com nome complicado, o "swap" representa algo relativamente simples: por um lado, o
BC se compromete a pagar ao investidor toda a variação do câmbio ocorrida em determinado período. Em troca, o investidor paga
ao BC os juros acumulados neste
mesmo período.
O prejuízo que essas operações
deram ao BC até agora são 70%
maiores do que os R$ 7,2 bilhões
previstos no Orçamento do ano
que vem para os investimentos da
União. O valor também chega
perto da arrecadação da Receita
com a cobrança da CPMF, que,
entre janeiro e setembro, ficou em
R$ 14,5 bilhões.
O objetivo do BC ao vender esses contratos é tentar conter a alta
do dólar. A idéia é estimular os investidores a comprar esse tipo de
contrato em vez de aplicar seu dinheiro no dólar. Em tese, isso reduziria a procura pela moeda
norte-americana, ajudando a
controlar sua cotação.
Desde 1999 o governo não atuava no mercado de derivativos. Em
janeiro daquele ano, o BC teve um
prejuízo de aproximadamente R$
7 bilhões com a maxidesvalorização, em operações feitas na Bolsa
de Mercadorias & Futuros por
meio do Banco do Brasil.
Depois desse prejuízo, o FMI incluiu no acordo fechado com o
Brasil uma cláusula que restringe
a atuação do BC nesse tipo de
mercado. Em maio desse ano, foi
aberta uma exceção para as operações de "swap".
Texto Anterior: Transe: Mercado força dólar e lucra com dívida Próximo Texto: Opinião econômica: Pronto para crescer; pronto para quebrar Índice
|