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Taxa real de 12% permanece a maior do mundo
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O juro real, descontada a inflação projetada para os próximos 12
meses, está hoje em 12% ao ano
no país, segundo cálculo do UAM
(Unibanco Asset Management).
É a maior taxa real do mundo,
apesar do corte de um ponto percentual na Selic, a taxa básica da
economia, feito ontem pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. No final de
setembro, o juro real que considera a inflação futura estava em
12,5% ao ano, de acordo com dados do BC.
Segundo a Global Invest, em segundo lugar no ranking dos juros
reais vem Israel, com 7,6% ao ano
(leia quadro). "Há sete meses o
país está na liderança dos juros
reais", diz Fernando Ferreira, sócio da Global Invest.
O juro real foi calculado com
base na Selic de 19% ao ano, divulgada ontem. Como essa taxa básica oscila diariamente no mercado, os analistas costumam calcular o juro real tomando a Selic do
dia e descontando a inflação futura (12 meses à frente). Esse método de cálculo é o que baliza os investimentos e as aplicações financeiras e move a economia.
Mas há outra forma de calcular
o juro real, bastante usada pelos
economistas e que tem grande peso no modelo que o Banco Central adota para definir os juros básicos. Por essa metodologia, tomam-se os juros nominais de
mercado (a média da Selic praticada) e desconta-se a inflação dos
últimos 12 meses.
De acordo com esse critério, segundo cálculos do UAM, o juro
real está hoje em 8,6% ao ano.
Nesse caso, a curva do juro real está ascendente: no final de setembro a taxa era de 7,7% ao ano.
Alexandre Matias, economista-chefe do UAM, explica que isso
ocorre porque a inflação acumulada está alta (15,14% ao ano até
setembro) e a Selic está caindo
pouco. Neste momento, segundo
ele, é importante observar o movimento dos juros reais pelas duas
formas de cálculo. "Se o Banco
Central olhar apenas uma das taxas, corre o risco de errar a mão
no corte da Selic", diz Matias.
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