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São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2003

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Taxa real de 12% permanece a maior do mundo

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O juro real, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, está hoje em 12% ao ano no país, segundo cálculo do UAM (Unibanco Asset Management).
É a maior taxa real do mundo, apesar do corte de um ponto percentual na Selic, a taxa básica da economia, feito ontem pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. No final de setembro, o juro real que considera a inflação futura estava em 12,5% ao ano, de acordo com dados do BC.
Segundo a Global Invest, em segundo lugar no ranking dos juros reais vem Israel, com 7,6% ao ano (leia quadro). "Há sete meses o país está na liderança dos juros reais", diz Fernando Ferreira, sócio da Global Invest.
O juro real foi calculado com base na Selic de 19% ao ano, divulgada ontem. Como essa taxa básica oscila diariamente no mercado, os analistas costumam calcular o juro real tomando a Selic do dia e descontando a inflação futura (12 meses à frente). Esse método de cálculo é o que baliza os investimentos e as aplicações financeiras e move a economia.
Mas há outra forma de calcular o juro real, bastante usada pelos economistas e que tem grande peso no modelo que o Banco Central adota para definir os juros básicos. Por essa metodologia, tomam-se os juros nominais de mercado (a média da Selic praticada) e desconta-se a inflação dos últimos 12 meses.
De acordo com esse critério, segundo cálculos do UAM, o juro real está hoje em 8,6% ao ano. Nesse caso, a curva do juro real está ascendente: no final de setembro a taxa era de 7,7% ao ano.
Alexandre Matias, economista-chefe do UAM, explica que isso ocorre porque a inflação acumulada está alta (15,14% ao ano até setembro) e a Selic está caindo pouco. Neste momento, segundo ele, é importante observar o movimento dos juros reais pelas duas formas de cálculo. "Se o Banco Central olhar apenas uma das taxas, corre o risco de errar a mão no corte da Selic", diz Matias.


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