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NÓ COMERCIAL
País vizinho fica ao lado de parceiro do Mercosul na queda-de-braço com os EUA, afirma chanceler Bielsa
Argentina apóia Brasil na negociação da Alca
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
A Argentina vai ficar ao lado do
Brasil na queda-de-braço travada
com os EUA nas negociações da
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas). "O Mercosul e as relações com o Brasil são uma opção
estratégica", afirmou ontem o ministro das Relações Exteriores do
país vizinho, Rafael Bielsa.
Segundo o chanceler, Brasil e
Argentina têm propostas conjuntas e a intenção é fortalecer a parceria. "Nossas posições são muito
parecidas com as do Brasil."
O ministro, que hoje terá um
encontro com o representante
dos EUA na co-presidência da Alca, Peter Allgeier, disse que os
americanos estão "maximizando" sua posição e que a Argentina
não irá ceder às pressões. "Se [os
EUA] esperam que nossos países
sejam subservientes, se enganam.
O que discutimos aqui é a sobrevivência, e não a opulência."
Bielsa disse que pretende chegar
a um acordo com Allgeier durante a reunião de hoje. E ainda criticou o fato de o embaixador norte-americano ter dito, durante encontro anteontem no Congresso
brasileiro, que a Alca sairia com
ou sem a participação do Brasil.
"Se fosse os EUA, não faria a Alca
sem o Brasil por uma questão meramente comercial", afirmou.
O ministro negou que a visita de
Allgeier à Argentina tenha por objetivo enfraquecer o G-X, grupo
de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil na última reunião da OMC para defender a liberalização agrícola dos países ricos. Alguns setores econômicos
do país vizinho chegaram a cogitar que os EUA fariam propostas
"tentadoras" na área comercial
para cooptar um apoio argentino
contra o Brasil nas negociações.
Informação veiculada anteontem pelo jornal "Ámbito Financiero" dizia que os EUA poderiam
propor um acordo bilateral que
renderia à Argentina US$ 800 milhões ao ano em exportações ao
mercado norte-americano. Segundo o jornal, os EUA estariam
dispostos a abrir seu mercado para alguns produtos em troca de
um compromisso argentino de
deixar o Brasil "isolado" na Alca e
na OMC. Bielsa, no entanto, negou todas essas versões.
Encontros
A pauta das reuniões que Allgeier terá com membros do governo argentino prevê discutir
mecanismos para ampliar as exportações argentinas de carne,
mel, têxteis e cítricos para os EUA,
além de tratar de temas como
propriedade intelectual, investimentos, biotecnologia e barreiras
fitossanitárias. A lista de temas foi
divulgada ontem à noite pelo governo argentino .
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