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TRABALHO
Taxa de desemprego em setembro (10,9%) é a menor em 2004 e rendimento cresce; para IBGE, ainda não é o "nirvana"
Emprego e renda têm melhor resultado no ano
GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO
A Pesquisa Mensal de Emprego
do IBGE de setembro trouxe três
dados positivos em relação ao
mercado de trabalho brasileiro
-a taxa de desemprego caiu, a
renda aumentou e mais pessoas
estão empregadas com carteira
assinada tanto em relação a agosto de 2004 como a setembro do
ano passado. É melhor resultado
desde o início do ano.
Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os
dados são favoráveis, mas isso
não significa que o país tenha
atingido o nirvana, segundo o gerente da pesquisa, Cimar Pereira.
"Os resultados são animadores,
mas não estamos no nirvana porque a taxa de desocupação ainda é
alta, na casa dos dois dígitos.
Além disso, o número de trabalhadores sem carteira e por conta
própria [mercado informal] continua considerável dentro do
mercado de trabalho."
A taxa de desemprego ficou em
10,9% em setembro, índice igual a
de dezembro de 2003. Mais baixo
do que isso, só em dezembro de
2002, quando atingiu 10,5%, o
menor desde o início da série da
pesquisa, em março de 2002.
Em agosto a taxa de desemprego havia sido de 11,4% e, em setembro do ano passado, de 12,9%.
O nível de ocupação, que chegou
a 51,5% em setembro, é o maior
da série do IBGE.
"O resultado, apesar de ser mais
baixo do que em dezembro de
2002, é mais satisfatório porque
em dezembro a taxa de desocupação sempre cai por causa dos trabalhos temporários típicos da
época de Natal", afirmou Pereira.
Para Lauro Ramos, coordenador de Estudos de Mercado de
Trabalho do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada),
órgão ligado ao Ministério do Planejamento, já é possível "pensar
em dezembro com uma taxa de
desemprego de um dígito".
Rendimento
Com relação ao rendimento real
do trabalhador (descontada a inflação), foi registrada uma alta de
1,7% em setembro em relação a
agosto. No mês passado, a renda
real havia apresentado queda de
1,4% em comparação a julho.
No caso do rendimento real, ele
ainda é menor do que a registrado
há dois anos. Hoje, a média é de
R$ 910,10. Em setembro de 2002,
era de 1.032,92.
"Já estava passando da hora de a
renda mostrar alguma recuperação", disse Lauro Ramos. Ele salienta que a renda do trabalhador
despencou mais de 13% em 2003
em relação a 2002. "Foi uma queda brutal e vai demorar muito para voltar aos patamares de 2002."
O mês de setembro também registrou uma alta de 1,6% no número de empregados com carteira assinada em relação a agosto
deste ano. É a maior variação desde agosto de 2002. Isso significa
que mais 117 mil pessoas tiveram
a carteira assinada em setembro
em comparação com agosto.
Nas seis regiões metropolitanas
pesquisadas pelo IBGE, 7,52 milhões de empregados (38,8% da
população ocupada) tinham carteira assinada em setembro, contra 7,02 milhões de trabalhadores
sem carteira (15,9%) ou trabalhando por conta própria
(20,4%).
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