São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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COMBUSTÍVEIS

Preço sobe 2,58%, ante previsão de 1,6%

Gasolina aumenta mais na bomba do que o estimado pela Petrobras

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A primeira pesquisa de preço da ANP (Agência Nacional do Petróleo) que captou uma semana completa desde o reajuste dos combustíveis revelou que a gasolina subiu mais nas bombas do que o previsto pela Petrobras.
A alta no preço da gasolina ao consumidor foi de 2,58%. A estatal estimou, na época do reajuste, um aumento de 1,6% nos postos revendedores.
Pelos dados da ANP, coletados em todo o país, o preço médio da gasolina passou de R$ 2,135, na semana encerrada em 16 de outubro, para R$ 2,190, na semana que terminou no dia 23 deste mês.
No dia 14, a Petrobras anunciou reajuste de 4% no preço da gasolina nas refinarias. Para o diesel, a alta foi de 6%. A elevação ficou abaixo do esperado por especialistas, que apontaram critérios políticos na definição do índice.
Eles apostam em um novo reajuste após o segundo turno das eleições municipais, já que o reajuste nem sequer fez os preços domésticos se aproximarem dos internacionais. Há ainda uma defasagem na casa dos 20%.

Diesel
No caso do diesel, a Petrobras havia previsto aumento de 3,8%, se as margens de lucro das distribuidoras e dos postos de combustíveis ficassem estáveis. O aumento verificado pelo ANP foi um pouco maior: 4,11%. O preço médio do produto subiu de R$ 1,492 para R$ 1,556.
Tanto para o diesel como para a gasolina, a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes) havia estimado reajustes ao consumidor muito parecidos com os previstos pela estatal.
Em São Paulo, o mercado de maior competição no país, a gasolina teve um aumento menor nas bombas. A alta foi de apenas 0,40%, menos do que a Petrobras esperava. O preço passou de R$ 2,016 para R$ 2,024.
No caso do diesel, porém, o reajuste ficou maior do que o previsto. O aumento foi de 4,54% -de R$ 1,477 para R$ 1,544.
Segundo a pesquisa da ANP, os revendedores elevaram suas margens brutas (sem descontar os custos da operação do posto) de lucro em 12,5% na comercialização de gasolina. Na venda de diesel, a margem subiu 24%.
O levantamento da ANP não divulga a margem das distribuidoras. Por isso, não é possível saber se os postos aumentaram suas margens ou se estão apenas repassando uma elevação praticada pelas distribuidoras.


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