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NEGÓCIOS
Estado depende do petróleo
Rio atrai investimentos mais diversificados
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A economia do Rio vive um
processo de diversificação nos últimos anos, recebendo investimentos de novos setores, tendência irá se acelerar nos próximos
anos, dizem analistas. Mas o Estado ainda continuará dependente
do petróleo por muito tempo.
Essa realidade, porém, já começa a mudar graças aos investimentos em ampliação de capacidade de outros setores. Entre eles,
estão petroquímico, automobilístico, pneus, fármacos e bebidas.
Para 2005, o governo projeta receber, ao menos, R$ 5 bilhões em
novos investimentos. Boa parte
da cifra já está sendo utilizada na
ampliação de instalações e em novas linhas de produção.
Ainda assim, o petróleo é o recordista em investimento. Só a
Petrobras gastará R$ 12 bilhões
em projetos como a ampliação da
Reduc, plataformas de prospecção e produção de óleo construídas no Estado, estrutura de escoamento do petróleo de Campos, no
gasoduto Campinas-Rio e no pólo gasquímico. Esses projetos estarão concluídos até 2007.
Para Luciana Sá, economista da
Firjan, o petróleo tem um peso
muito grande no Estado (80% da
produção nacional está no Rio), o
que mascara o desempenho da
indústria tanto quando ela vai
bem como quando vai mal.
Neste ano, dados do IBGE revelam que a indústria extrativa mineral perdeu fôlego, enquanto a
de transformação cresceu.
Luciana ressalta que o desempenho do Rio é pior do que o de
outros Estados. Mas que a tendência de recuperação também se
nota na indústria fluminense. "Os
ramos que estão liderando, como
bens duráveis e agroindústria,
têm um peso pequeno no Rio."
André Oliveira, economista do
Departamento de Indústria do
IBGE, concorda que a indústria
fluminense passa por um período
de diversificação. Muitos setores
que antes tinham impacto pequeno na economia do Estado, diz,
estão ganhando corpo e participando mais da produção do setor.
Sá, da Firjan, destaca o forte impulso exportador da indústria
metal-mecânica (automobilística,
máquinas e equipamentos), no
sul do Estado. Os caminhões e
ônibus já são o quarto item mais
importante nas exportações do
Rio -só perde para petróleo,
óleo combustível e siderúrgicos.
A Volkswagen está investindo
R$ 1 bilhão -90% desse valor já
foi desembolsado- na ampliação de sua fábrica em Rezende. A
unidade produz ônibus e caminhões e será uma plataforma de
exportação de veículos desmontados para México e África do Sul.
Mais 400 empregos serão criados
no próximo mês na fábrica, que
ganhará um segundo turno.
Já a Peugeot Citröen gastará
US$ 50 milhões na linha de produção de motores 1.4 e para fabricar um novo modelo (o 206 SW).
O maior de todos projetos em
curso no Estado é a Rio Polímeros, central de matérias-primas
para a indústria química que será
inaugurada no início de 2005. O
projeto é a base do pólo gasquímico em Duque de Caxias. Seus sócios -Suzano, Unipar, BNDES e
Petrobras- planejam duplicar a
planta no futuro e a expectativa é
criar uma cadeia da indústria do
plástico (que usa insumos gasquímicos) ao redor da central.
Além dessas iniciativas, a francesa Michelin está investindo US$
98 milhões na ampliação de suas
duas fábricas de pneus e componentes instaladas no Estado.
De acordo com o secretário de
Desenvolvimento Econômico do
Rio, Humberto Mota, os ramos
de fármacos e bebidas também
estão em expansão. Duas farmacêuticas francesas -Sanofi-Synthelabo e Cervier- já manifestaram interesse em montar
unidades no Estado. Segundo
Mota, a empresa de bebidas destiladas francesa Pernod Ricard está
reativando uma planta no Rio. Já
a portuguesa Cintra aumentará
sua fábrica de cervejas em Piraí.
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