|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil quer que MP seja modelo no Mercosul
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
A medida provisória que na
prática permite que o governo
compre e privatize empresas de
qualquer setor, via Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal, será a grande cartada
brasileira na reunião de ministros do exterior e da Fazenda
de dez países da América do
Sul, na próxima segunda-feira,
em Brasília, para discutir a crise financeira internacional.
O Brasil quer reforçar a posição de líder regional, repetindo
o que a Inglaterra fez na União
Européia: o país saiu na frente,
jogou bilhões de euros na estatização de bancos, e foi seguido
pelos demais países do bloco.
Brasil e Argentina defenderão que os países da América do
Sul sigam o exemplo deles, tirando aos poucos o dólar das
comercializações internas. A
medida entrou em vigor neste
mês, em caráter experimental.
Participam da reunião, convocada extraordinariamente,
os quatro membros originais
do Mercosul e os seis associados: Venezuela, Chile, Bolívia,
Peru, Equador e Colômbia.
Eles apresentarão suas preocupações diante da crise e dirão
que ações foram e serão tomadas para reduzir seus efeitos na
economia real de cada um e do
continente. A expectativa brasileira é que a medida provisória publicada ontem seja a estrela do encontro.
O Brasil, porém, terá dificuldades com a Argentina na primeira rodada de reuniões, só
com os membros originais do
bloco, em que será tratada a
proposta argentina de discutir
a TEC (Tarifa Externa Comum) entre os quatro países.
O Ministério da Fazenda avisou ao Itamaraty que o Brasil é
contrário, alegando que a crise
pegou os países em condições
diferentes e que a discussão poderia criar problemas entre
eles, quando há questões maiores e mais imediatas.
Na avaliação brasileira, a macroeconomia do país está muito mais sólida para enfrentar a
crise do que a da argentina.
Os representantes brasileiros serão os ministros Guido
Mantega (Fazenda) e Celso
Amorim (Relações Exteriores).
Texto Anterior: FMI prevê piora maior na América Latina Próximo Texto: Bolsa argentina desaba após estatização Índice
|