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Elétricas recusam acordo com o Procon-SP
Proposta visava devolução de valores cobrados a mais nas contas de energia
Representante das empresas
diz que acordo "não faz o menor sentido'; Procon vai encaminhar um ofício à Aneel pedindo providências
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
As distribuidoras de energia
elétrica de São Paulo se recusaram ontem a assinar um TAC
(Termo de Ajustamento de
Conduta) proposto pelo Procon-SP (Procuradoria de Defesa do Consumidor do Estado de
São Paulo). A oferta previa um
acordo para a devolução dos valores cobrados a mais dos consumidores paulistas nas contas
de luz desde 2002.
Luiz Carlos Guimarães, presidente da Abradee, disse ontem que essa proposta "não faz
sentido". "A Aneel, pela nota
publicada, não acha que tenha
sido cobrado [valor] a mais. A
Aneel não diz isso, diz o contrário. As tarifas determinadas pela agência são juridicamente
corretas. Então um TAC não
faz o menor sentido", disse.
A reportagem tentou novamente falar com a direção da
Abradee (Associação Brasileira
de Distribuidores de Energia
Elétrica), sem sucesso. Os representantes da associação saíram do encontro no Procon-SP
sem falar com a imprensa.
A Folha revelou no domingo
passado que um erro no cálculo
do reajuste tarifário faz os consumidores pagarem R$ 1 bilhão
a mais por ano nas contas de
luz. O problema, que teria começado em 2002, pode já ter
gerado um desembolso indevido de R$ 7 bilhões no período.
O dinheiro, segundo o TCU
(Tribunal de Contas da União)
e a Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica), é embolsado
pelas empresas.
A agência reguladora não endossa o cálculo do TCU. Também não admite que o problema que gera essa distorção derive da aplicação errada da metodologia de reajuste tarifário,
mas sim de um falha na portaria interministerial nº 25, de 24
de janeiro de 2002. Não há
consenso dentro do governo
sobre a falha na portaria.
O diretor-executivo do Procon-SP, Roberto Pfeiffer, afirmou ontem que, sem o acordo
com as distribuidoras, encaminhará agora um ofício à Aneel
pedindo duas providências: a
mudança dos itens que geram a
distorção na tarifa e prejudica
os consumidores e a definição
de instrumentos para compensação aos consumidores. A proposta da Procuradoria é criar
fórmulas para abater os valores
cobrados a mais nas tarifas a
serem aplicadas nas contas.
Por enquanto, a estratégia do
Procon-SP e dos órgãos de defesa do consumidor (como os
ministérios públicos Federal e
Estadual, Defensoria Pública,
Pro Teste e Idec) é esgotar a via
administrativa. "Apenas se não
houver providências das autoridades é que partiremos para
uma ação civil pública pedindo
na Justiça o ressarcimento aos
consumidores e as garantias de
que o problema não irá se repetir. Por isso, vamos insistir na
esfera administrativa", disse.
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