|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
WALL STREET EM TRANSE
Depois de recorde negativo, índice Dow Jones sobe 21% em seis semanas e Nasdaq ganha 32%
Apetite pelo risco volta, e NY se recupera
DA REDAÇÃO
Uma lenta mas constante recuperação retirou as Bolsas norte-americanas do fosso em que haviam mergulhado no mês passado. Desde o dia 9 de outubro,
quando atingiram o valor mais
baixo em cinco anos e meio, as
ações norte-americanas já ganharam mais de 20%.
Depois de um prolongado período de vendas acentuadas, que
fizeram as Bolsas sofrerem o
maior tombo desde o "crash" de
1987, os investidores e grandes
fundos começam a recalibrar suas
carteiras. Segundo analistas, apesar de a economia norte-americana continuar em ritmo lento, os
baixos juros e os preços atraentes
de algumas ações aumentaram o
interesse por papéis com grau
mais elevado de risco.
Um bom exemplo são as empresas de telecomunicações e outras tecnológicas. Bolsa mais afetada pela fuga dos investidores,
que foram amedrontados pela
quebra de gigantes como a
WorldCom e pelos resultados
ruins do setor neste ano de uma
maneira geral, a Nasdaq já subiu
31,8% nas últimas seis semanas.
O efeito também se refletiu na
valorização dos papéis de países
emergentes. Nas últimas semanas, o C-Bond, principal título
brasileiro negociado internacionalmente, recuperou valor, e, como consequência, o risco-país recuou aos menores patamares desde julho.
Da segunda semana de outubro
para cá, o Dow Jones, em que são
listadas as ações das 30 principais
empresas norte-americanas, registrou uma alta de 20,8%. Mas,
no ano, o índice acumula perda
de 12%. O índice Standard &
Poor's das 500 maiores empresas
do país teve alta de cerca de 20%
nas últimas seis semanas.
"As coisas se tornaram bem
mais positivas", disse Bob Basel,
corretor sênior do banco de investimentos Salomon Smith Barney. "Os lucros das empresas têm
sido bons, os indicadores futuros
melhoraram e as taxas de juros estão próximas dos menores níveis
de todos os tempos."
O mercado financeiro norte-americano -e, consequentemente, o mundial- sofreu uma
série de choques neste ano. O
mais grave foi a crise de credibilidade sem paralelo que arranhou a
imagem de boa parte das companhias de primeiro time dos EUA.
A concordata de grandes companhias, como a própria WorldCom (dona da Embratel) e a
Enron, também provocou uma
chamada "fuga para a qualidade".
Pesou para isso também o colapso argentino. Ou seja, depois de
amargarem grandes prejuízos, os
investidores saíram em busca de
aplicações mais seguras, ainda
que de baixo rendimento, como
os títulos do Tesouro dos EUA.
Ontem as Bolsas norte-americanas fecharam praticamente estáveis. O Dow Jones cedeu 0,46%,
enquanto a Nasdaq avançou
0,08% e atingiu seu nível mais elevado em pontos desde junho.
Com agências internacionais
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Panorâmica - Expansão: Alemanha e França param; Coréia avança Índice
|