São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2004

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CENÁRIOS

Petróleo e déficits dos EUA levam diretor do Fundo a rever projeção de alta de 4,3% para 4% no próximo ano

FMI reduz previsão de crescimento global

DO "FINANCIAL TIMES"

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está reduzindo sua projeção para o crescimento econômico mundial em 2005, devido aos preços elevados do petróleo e aos déficits de conta corrente e orçamentário dos Estados Unidos, de acordo com o diretor executivo do Fundo, Rodrigo Rato.
Rato declarou, durante a reunião do Grupo dos 20 (G20), em Berlim, no final de semana, que o FMI revisaria para menos sua mais recente projeção econômica para este ano, divulgada na "Perspectiva Econômica Mundial", publicada em setembro, de 4,3% para "não menos de 4%".
Rato também apontou para o ritmo lento de crescimento de alguns países europeus, que vêm registrando taxas inferiores a 2% mesmo em um período de notável vigor econômico em todo o mundo. Nações como a Alemanha precisam criar mercados de trabalho mais flexíveis e reduzir a burocracia.

Zona do euro
O PIB da zona do euro cresceu apenas 0,3% entre o segundo e o terceiro trimestre, e no Japão o crescimento registrado no período foi de 0,1%. Nos Estados Unidos, o ritmo anualizado de crescimento foi de 3,7% e ficou abaixo das expectativas do mercado.
Gerhard Schröder, o chanceler alemão, usou a reunião de Berlim como oportunidade para conclamar os Estados Unidos a reduzir seu déficit comercial, ao qual ele atribuiu a responsabilidade pela alta do euro diante do dólar. "Isso prejudica as exportações, especialmente importantes para a economia da Alemanha", disse Schröder.

Snow
John Snow, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, declarou durante a reunião que planejava reduzir o déficit orçamentário de seu país à metade até 2009. Para isso, disse pretender implementar políticas de estímulo ao crescimento e de cortes de gastos.
No comunicado final do encontro, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais dos países do G20 concluíram afirmando que "sublinhamos a importância da consolidação fiscal em médio prazo, nos Estados Unidos, das reformas estruturais continuadas para estimular o crescimento na Europa e no Japão. Nos países emergentes asiáticos, a adoção de medidas de maior flexibilização das taxas de câmbio por meio de reformas constantes do setor financeiro, sempre que viável".
Em setembro, o FMI predisse que a economia mundial cresceria 5% neste ano, o ritmo mais acelerado em quase três décadas. Também estimou que o crescimento econômico em 2005 seria prejudicado pela alta nos preços do petróleo e pelas taxas de juros mais altas e já advertia, então, que a previsão poderia ter de ser reduzida devido à "volatilidade contínua" dos mercados petroleiros.

Petróleo
Após recuperar parte das perdas da semana passada, o barril do petróleo voltou a cair ontem. Durante o pregão, o preço chegou a encostar em US$ 50, mas cedeu e encerrou cotado em baixa.
O barril do produto para entrega em janeiro fechou negociado a US$ 48,64, uma redução de 0,51%. Em Londres, o barril do tipo Brent perdeu 1,45%, negociado a US$ 44,30.


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