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CENÁRIOS
Petróleo e déficits dos EUA levam diretor do Fundo a rever projeção de alta de 4,3% para 4% no próximo ano
FMI reduz previsão de crescimento global
DO "FINANCIAL TIMES"
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está reduzindo sua projeção para o crescimento econômico mundial em 2005, devido
aos preços elevados do petróleo e
aos déficits de conta corrente e orçamentário dos Estados Unidos,
de acordo com o diretor executivo do Fundo, Rodrigo Rato.
Rato declarou, durante a reunião do Grupo dos 20 (G20), em
Berlim, no final de semana, que o
FMI revisaria para menos sua
mais recente projeção econômica
para este ano, divulgada na "Perspectiva Econômica Mundial", publicada em setembro, de 4,3% para "não menos de 4%".
Rato também apontou para o
ritmo lento de crescimento de alguns países europeus, que vêm registrando taxas inferiores a 2%
mesmo em um período de notável vigor econômico em todo o
mundo. Nações como a Alemanha precisam criar mercados de
trabalho mais flexíveis e reduzir a
burocracia.
Zona do euro
O PIB da zona do euro cresceu
apenas 0,3% entre o segundo e o
terceiro trimestre, e no Japão o
crescimento registrado no período foi de 0,1%. Nos Estados Unidos, o ritmo anualizado de crescimento foi de 3,7% e ficou abaixo
das expectativas do mercado.
Gerhard Schröder, o chanceler
alemão, usou a reunião de Berlim
como oportunidade para conclamar os Estados Unidos a reduzir
seu déficit comercial, ao qual ele
atribuiu a responsabilidade pela
alta do euro diante do dólar. "Isso
prejudica as exportações, especialmente importantes para a economia da Alemanha", disse
Schröder.
Snow
John Snow, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, declarou
durante a reunião que planejava
reduzir o déficit orçamentário de
seu país à metade até 2009. Para
isso, disse pretender implementar
políticas de estímulo ao crescimento e de cortes de gastos.
No comunicado final do encontro, os ministros das Finanças e
presidentes de bancos centrais
dos países do G20 concluíram
afirmando que "sublinhamos a
importância da consolidação fiscal em médio prazo, nos Estados
Unidos, das reformas estruturais
continuadas para estimular o
crescimento na Europa e no Japão. Nos países emergentes asiáticos, a adoção de medidas de
maior flexibilização das taxas de
câmbio por meio de reformas
constantes do setor financeiro,
sempre que viável".
Em setembro, o FMI predisse
que a economia mundial cresceria 5% neste ano, o ritmo mais
acelerado em quase três décadas.
Também estimou que o crescimento econômico em 2005 seria
prejudicado pela alta nos preços
do petróleo e pelas taxas de juros
mais altas e já advertia, então, que
a previsão poderia ter de ser reduzida devido à "volatilidade contínua" dos mercados petroleiros.
Petróleo
Após recuperar parte das perdas da semana passada, o barril
do petróleo voltou a cair ontem.
Durante o pregão, o preço chegou
a encostar em US$ 50, mas cedeu
e encerrou cotado em baixa.
O barril do produto para entrega em janeiro fechou negociado a
US$ 48,64, uma redução de 0,51%.
Em Londres, o barril do tipo
Brent perdeu 1,45%, negociado a
US$ 44,30.
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