|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Instituto define
como emergente
reestrutura dívida
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
O IIF (Institute for International Finance) apresentou ontem em Washington as regras
que regerão a reestruturação
da dívida de países emergentes.
O acordo, elaborado a partir de
propostas dos principais emissores de títulos internacionais
de dívida (Brasil, México, Coréia do Sul e Turquia), fora
anunciado na véspera, em reunião do G20 em Berlim.
"Os princípios refletem o interesse convergente de emissores de títulos e investidores privados em modelar uma estrutura de trabalho mais previsível
para os mercados emergentes",
disse Charles Dallara, diretor-gerente do IIF, associação que
reúne as principais instituições
financeiras do mundo. "Nosso
foco agora é ampliar o apoio
aos princípios e avançar em sua
implementação, durante a qual
esperamos que eles evoluam e
sigam condizendo com a realidade global."
O documento, "Princípios
para o Fluxo Estável de Capitais na Reestruturação Justa da
Dívida de Mercados Emergentes", é calcado sobre quatro
pontos: transparência e pontualidade de informações; diálogo e cooperação entre as partes para evitar a reestruturação;
boa-fé e tratamento justo.
"A ênfase na transparência e
na relação sólida com os investidores, particularmente, vai
beneficiar todas as partes", disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, segundo transcrição do evento.
"Os princípios abrangem
passos essenciais que investidores e emissores podem tomar juntos para recolocar um
país no caminho do crescimento forte, da sustentabilidade do
balanço de pagamentos e do
acesso ao mercado."
Sobre a transparência, o documento estabelece não só a divulgação de informações gerais
mas também específicas. Em
caráter confidencial, o devedor
deve informar o credor de
acordos com outros credores,
prazos de maturação e juros de
todos os títulos e aspectos centrais de seus programas e previsões econômicas.
Quanto ao estreitamento das
relações entre as partes, o documento recomenda o diálogo
regular entre credores e devedores e a melhora das relações
com os investidores, com ênfase na comunicação.
Também são previstos a implementação e o monitoramento de políticas econômicas
e financeiras específicas pelos
países devedores para buscar a
estabilidade; consultas regulares e, mediante os dois primeiros, o apoio dos credores aos
esforços de reformas dos devedores.
O item que prega a boa-fé é o
mais extenso no documento.
Ele prevê a voluntariedade da
participação nas negociações, a
regulamentação de comissões
de credores formadas para monitorar o processo e a criação
de regras específicas para cada
grupo de negociação criado.
Texto Anterior: Cenários: FMI reduz previsão de crescimento global Próximo Texto: Crise: Donald Trump pede concordata voluntária Índice
|