São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2006

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Agência de risco sinaliza elevar Brasil, e Bolsa sobe

Bovespa registra alta de 0,82% e encosta no recorde

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's), uma das maiores do mundo, sinalizou ontem que pode elevar em breve a nota atribuída ao Brasil. A agência anunciou a revisão da perspectiva da nota soberana brasileira de "estável" para "positiva".
Após a notícia, a Bolsa de São Paulo acelerou sua alta e fechou muito próxima de seu teto histórico. No fim do pregão, o Ibovespa registrava 0,82% de valorização, aos 41.912 pontos, a segunda melhor marca da história. O recorde de pontuação foi atingido em 9 de maio (41.979 pontos).
Segundo a S&P, "a perspectiva positiva reflete o contínuo declínio das vulnerabilidades fiscal e externa do Brasil, em meio a outro ciclo eleitoral e à expectativa de que o presidente Lula objetiva reduzir progressivamente a inflexibilidade fiscal durante o segundo mandato".
A nota soberana do Brasil foi mantida em "BB", dois degraus abaixo do chamado "investment grade" (grau de investimento, para países que representam baixo risco de calote).
O fato de a perspectiva da nota ter sido passada para positiva indica que em poucos meses o Brasil pode ser elevado.
A vantagem de ser catalogado como "investment grade" é a possibilidade de conseguir empréstimos mais baratos no mercado internacional.
O pregão de ontem da Bovespa movimentou R$ 3 bilhões. Novembro tem sido um mês recorde no que se refere à média diária de negócios -R$ 3,07 bilhões. No mesmo mês de 2005, a média diária ficou em torno de R$ 1,7 bilhão.
Os destaques de valorização entre os papéis do Ibovespa no pregão de ontem ficaram com as ações ordinárias do Banco do Brasil (4,16%) e da Cemig (3,91%). Já a ação ON da Natura liderou a lista da baixas, com queda de 2,94%.

Brasil Ecodiesel
Ontem, a Brasil Ecodiesel estreou na Bolsa, com um preço inicial de R$ 12 por ação. Ao final do dia, o papel fechou em queda de 0,83%, a R$ 11,90. A companhia é a maior fabricante de biodiesel do país e primeira do setor a abrir o capital.
Com o feriado de Ação de Graças hoje nos Estados Unidos, a tendência é a movimentação financeira cair significativamente na Bovespa. Os investidores estrangeiros, que pouco devem operar hoje, respondem por cerca de 35% das operações feitas na Bolsa.
No mês, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, acumula valorização de 6,75%. E quem está sustentando a alta da Bovespa neste mês são os estrangeiros.
O saldo mensal das operações desses investidores está positivo em R$ 313 milhões, até o dia 16 -isso significa que mais compraram que venderam ações no período.
Ontem, as Bolsas norte-americanas já tiveram um dia de fraca movimentação, com muitos investidores operando apenas pela manhã. O índice Dow Jones, da Bolsa Nova York, fechou quase estável (+0,04%).
Por conta disso, a decisão da agência S&P não teve uma repercussão mais expressiva. Assim, o risco-país brasileiro chegou ao fim do dia a 221 pontos, praticamente estável.

Leve pressão
No mercado de câmbio, o dólar terminou com elevação de 0,14%. A moeda era vendida a R$ 2,167 no fim do dia.
Além das compras de moeda diretamente dos bancos que tem feito diariamente, o BC realizou ontem leilão de contratos de "swap cambial reverso", em montante superior a US$ 910 milhões.


Com a Reuters e a Redação


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