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Agência de risco sinaliza elevar Brasil, e Bolsa sobe
Bovespa registra alta de
0,82% e encosta no recorde
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A agência de classificação de
risco S&P (Standard & Poor's),
uma das maiores do mundo, sinalizou ontem que pode elevar
em breve a nota atribuída ao
Brasil. A agência anunciou a revisão da perspectiva da nota soberana brasileira de "estável"
para "positiva".
Após a notícia, a Bolsa de São
Paulo acelerou sua alta e fechou muito próxima de seu teto
histórico. No fim do pregão, o
Ibovespa registrava 0,82% de
valorização, aos 41.912 pontos,
a segunda melhor marca da história. O recorde de pontuação
foi atingido em 9 de maio
(41.979 pontos).
Segundo a S&P, "a perspectiva positiva reflete o contínuo
declínio das vulnerabilidades
fiscal e externa do Brasil, em
meio a outro ciclo eleitoral e à
expectativa de que o presidente
Lula objetiva reduzir progressivamente a inflexibilidade fiscal
durante o segundo mandato".
A nota soberana do Brasil foi
mantida em "BB", dois degraus
abaixo do chamado "investment grade" (grau de investimento, para países que representam baixo risco de calote).
O fato de a perspectiva da nota ter sido passada para positiva
indica que em poucos meses o
Brasil pode ser elevado.
A vantagem de ser catalogado como "investment grade" é a
possibilidade de conseguir empréstimos mais baratos no
mercado internacional.
O pregão de ontem da Bovespa movimentou R$ 3 bilhões.
Novembro tem sido um mês recorde no que se refere à média
diária de negócios -R$ 3,07 bilhões. No mesmo mês de 2005,
a média diária ficou em torno
de R$ 1,7 bilhão.
Os destaques de valorização
entre os papéis do Ibovespa no
pregão de ontem ficaram com
as ações ordinárias do Banco do
Brasil (4,16%) e da Cemig
(3,91%). Já a ação ON da Natura
liderou a lista da baixas, com
queda de 2,94%.
Brasil Ecodiesel
Ontem, a Brasil Ecodiesel estreou na Bolsa, com um preço
inicial de R$ 12 por ação. Ao final do dia, o papel fechou em
queda de 0,83%, a R$ 11,90. A
companhia é a maior fabricante de biodiesel do país e primeira do setor a abrir o capital.
Com o feriado de Ação de
Graças hoje nos Estados Unidos, a tendência é a movimentação financeira cair significativamente na Bovespa. Os investidores estrangeiros, que
pouco devem operar hoje, respondem por cerca de 35% das
operações feitas na Bolsa.
No mês, o Ibovespa, principal
índice da Bolsa, acumula valorização de 6,75%. E quem está
sustentando a alta da Bovespa
neste mês são os estrangeiros.
O saldo mensal das operações desses investidores está
positivo em R$ 313 milhões, até
o dia 16 -isso significa que
mais compraram que venderam ações no período.
Ontem, as Bolsas norte-americanas já tiveram um dia de
fraca movimentação, com muitos investidores operando apenas pela manhã. O índice Dow
Jones, da Bolsa Nova York, fechou quase estável (+0,04%).
Por conta disso, a decisão da
agência S&P não teve uma repercussão mais expressiva. Assim, o risco-país brasileiro chegou ao fim do dia a 221 pontos,
praticamente estável.
Leve pressão
No mercado de câmbio, o dólar terminou com elevação de
0,14%. A moeda era vendida a
R$ 2,167 no fim do dia.
Além das compras de moeda
diretamente dos bancos que
tem feito diariamente, o BC
realizou ontem leilão de contratos de "swap cambial reverso", em montante superior a
US$ 910 milhões.
Com a Reuters e a Redação
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