São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2006

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Plano propõe construção de 4 usinas nucleares

Empresa do governo sugere construir as unidades no Sudeste e no Nordeste

Mas ainda não foi decidido se Angra 3, com materiais comprados desde a década de 70, será mesmo erguida, embora conste de previsões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de não ter nem decidido sequer se construirá ou não a usina nuclear de Angra 3, o governo levantou a possibilidade de vir a ter mais quatro usinas nucleares até 2030. A idéia faz parte do Plano Nacional de Energia 2030.
Esse plano é indicativo, e não determinativo. Ou seja, indica o que a EPE (Empresa de Pesquisa Energética, estatal que planeja o setor) considera as melhores alternativas para o suprimento de energia, o que não implica construir as usinas.
"É uma proposta. Ainda vai ser levado para decisão e pode sofrer ajustes", disse Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, ao iniciar a apresentação do plano.
Cada nova usina nuclear teria potência de 1.000 MW (megawatts), duas ficariam no Sudeste (onde já estão Angra 1 e 2) e outras duas ficariam no Nordeste. A usina de Angra 3, que já está com os materiais comprados desde a década de 70, também foi prevista em plano do governo.
Quando divulgou o Plano Decenal, em março, o governo listou Angra 3 como usina a entrar em operação em dezembro de 2012, gerando 1.309 MW. Apesar disso, até agora não há decisão política sobre a construção da usina.
A energia nuclear (4.000 MW), segundo o trabalho da EPE, representa 3,8% dos projetos de expansão da oferta de energia que poderão ser realizados entre 2016 e 2030.
Ao apresentar o Plano Nacional de Energia, Tolmasquim listou algumas das premissas que foram levadas em consideração, entre elas o crescimento médio do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas do país), estimado em 4,1% ao ano até 2030.

Petróleo e gás
Nas estimativas da EPE, a auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo acaba em 2020. Naquele ano, a demanda irá superar a capacidade estimada de produção das reservas do país e será necessário voltar a importar. Para manter a capacidade de produção de derivados, seria necessário construir mais cinco refinarias (além das de Pernambuco e de Itaboraí, no Rio de Janeiro). Essas cinco refinarias, somadas, teriam capacidade de refinar 1,15 milhão de barris por dia.
Em relação ao gás natural, o aumento do déficit (e da conseqüente necessidade de importação) sobe ano a ano, chegando a 2030 com 124 milhões de metros cúbicos por dia.
O biodiesel, combustível que tem sido levantado como uma das principais bandeiras do governo, terá um aumento na matriz de combustíveis nos próximos 25 anos. Deverá chegar a 5% em 2010, 7% em 2020 e 12% em 2030.


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