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Plano propõe construção de 4 usinas nucleares
Empresa do governo sugere construir as unidades no Sudeste e no Nordeste
Mas ainda não foi decidido
se Angra 3, com materiais
comprados desde a década
de 70, será mesmo erguida,
embora conste de previsões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de não ter nem decidido sequer se construirá ou
não a usina nuclear de Angra 3,
o governo levantou a possibilidade de vir a ter mais quatro
usinas nucleares até 2030. A
idéia faz parte do Plano Nacional de Energia 2030.
Esse plano é indicativo, e não
determinativo. Ou seja, indica o
que a EPE (Empresa de Pesquisa Energética, estatal que planeja o setor) considera as melhores alternativas para o suprimento de energia, o que não
implica construir as usinas.
"É uma proposta. Ainda vai
ser levado para decisão e pode
sofrer ajustes", disse Maurício
Tolmasquim, presidente da
EPE, ao iniciar a apresentação
do plano.
Cada nova usina nuclear teria potência de 1.000 MW (megawatts), duas ficariam no Sudeste (onde já estão Angra 1 e 2)
e outras duas ficariam no Nordeste. A usina de Angra 3, que já
está com os materiais comprados desde a década de 70, também foi prevista em plano do
governo.
Quando divulgou o Plano Decenal, em março, o governo listou Angra 3 como usina a entrar em operação em dezembro
de 2012, gerando 1.309 MW.
Apesar disso, até agora não há
decisão política sobre a construção da usina.
A energia nuclear (4.000
MW), segundo o trabalho da
EPE, representa 3,8% dos projetos de expansão da oferta de
energia que poderão ser realizados entre 2016 e 2030.
Ao apresentar o Plano Nacional de Energia, Tolmasquim
listou algumas das premissas
que foram levadas em consideração, entre elas o crescimento
médio do PIB (Produto Interno
Bruto, soma das riquezas do
país), estimado em 4,1% ao ano
até 2030.
Petróleo e gás
Nas estimativas da EPE, a auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo acaba em
2020. Naquele ano, a demanda
irá superar a capacidade estimada de produção das reservas
do país e será necessário voltar
a importar. Para manter a capacidade de produção de derivados, seria necessário construir
mais cinco refinarias (além das
de Pernambuco e de Itaboraí,
no Rio de Janeiro). Essas cinco
refinarias, somadas, teriam capacidade de refinar 1,15 milhão
de barris por dia.
Em relação ao gás natural, o
aumento do déficit (e da conseqüente necessidade de importação) sobe ano a ano, chegando a 2030 com 124 milhões de
metros cúbicos por dia.
O biodiesel, combustível que
tem sido levantado como uma
das principais bandeiras do governo, terá um aumento na matriz de combustíveis nos próximos 25 anos. Deverá chegar a
5% em 2010, 7% em 2020 e 12%
em 2030.
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