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AVIAÇÃO
Varig leiloará obras de arte para pagar parte da dívida
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig vai levar a leilão
seu acervo de obras de arte
para pagar parte das dívidas
com os credores. A prioridade será dada ao pagamento
dos funcionários. A estimativa da Bolsa de Arte do Rio,
organizadora do leilão, é que
as obras possam atingir o
montante de R$ 1,7 milhão.
Ao longo de sua história, a
aérea reuniu um conjunto de
quase 400 obras de arte, segundo o leiloeiro público
Walter Rezende, mas nem
todas deverão ser catalogadas a tempo para a venda, dividida em duas etapas.
As 16 principais peças serão vendidas no próximo dia
28, no Copacabana Palace. O
destaque é o quadro "Baianas", de Di Cavalcanti, com
lance mínimo de R$ 1,1 milhão. Segundo Jones Bergamin, da Bolsa de Arte do Rio
e responsável pelo leilão, o
quadro foi pintado especialmente para Ruben Berta.
A maior parte das obras,
no entanto, não foi adquirida
pela empresa. Muitas telas
foram dadas para a companhia como retribuição pelo
patrocínio para exposições
no exterior. As telas estavam
disponíveis nas lojas da Varig
e nas salas VIP. "O escritório
da Varig em Nova York ficava
na Quinta Avenida. Era uma
maneira de divulgar a arte
brasileira", disse Bergamin.
Algumas das obras que
compõem o acervo ainda estão no exterior. "A companhia só está voando para
Frankfurt, na Europa. É preciso reunir o conjunto de
obras que estavam nos escritórios e trazer de volta para o
Brasil", disse Rezende.
Pintores de diversas escolas compõem o conjunto de
obras que serão leiloadas no
dia 28, como Leda Catunda,
Carlos Scliar, Tomie Ohtake,
Rubens Gerchman, Ascanio
MMM, Juarez Machado e
Aldemir Martins, entre outros. A expectativa de Bergamin é que as obras alcancem
ao menos R$ 1,4 milhão.
No dia 13 de dezembro, a
Varig realizará outro leilão
com as obras restantes na sede da empresa. Segundo Rezende, já foram catalogadas
cerca de 250 obras. "Ainda
falta catalogar muitas obras,
mas estimamos ao menos R$
300 mil", disse Rezende. Fazem parte desse leilão obras
de Aldemir Martins e Marília
Kranz, entre outros.
Como a empresa está em
recuperação judicial, a realização do leilão foi submetida
à avaliação da 1ª Vara Empresarial do Rio e ao Ministério Público estadual.
Enquanto a "velha Varig",
parcela da empresa que carrega as dívidas, vende seu
acervo para acertar as contas
com os credores, a nova Varig negocia com a Infraero
para ceder em caráter provisório seus espaços nos aeroportos. A empresa deve fechar até amanhã um acordo
com a Infraero para ceder
durante a alta temporada os
espaços de check-in nos destinos em que a Varig deixou
de voar com a crise.
(JANAINA LAGE)
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