|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELECOMUNICAÇÃO
Anatel quis evitar alteração no sistema
Teles adiam início de operação em 2000
da Sucursal de Brasília
Eventuais problemas que poderão ser causados na rede telefônica pelo chamado bug do milênio
vão adiar o início da operação das
concorrentes da Embratel, da Telefônica e da Telemar.
A Agência Nacional de Telecomunicações anunciou ontem que
a Intelig (concorrente da Embratel) e a Vésper (concorrente da
Telemar e da Telefônica) iniciarão
suas atividades entre os próximos
dias 10 e 24 de janeiro.
As duas empresas haviam planejado o início das operações ainda neste mês, mas a Anatel decidiu postergar essas datas para evitar alterações significativas na rede de telefonia do país à véspera
do bug.
O bug (palavra em inglês que
significa inseto) é uma série de
problemas que poderão ocorrer
nos computadores a partir da 0h
do dia 1º de janeiro de 2000. Algumas máquinas, com sistema binário de reconhecimento de datas,
podem não entender a passagem
de 99 para 00, ocasionando falhas.
Segundo a Anatel, a rede telefônica do país está "congelada" desde o último dia 18. Ou seja: estão
suspensas modificações de softwares e novas interconexões entre
as operadoras.
Esse procedimento, adotado
para impedir que eventuais ações
contra o bug fiquem mais complexas, é válido até o próximo dia
9.
A partir dessa data, as interconexões necessárias para que a Intelig (concorrente da Embratel) e
a Vésper (concorrente da Telefônica e da Telemar) entrem em
operação poderão ser feitas.
Conforme a Folha apurou, a
Anatel teme um congestionamento nas linhas telefônicas na
virada do ano. Isso poderá acontecer, segundo a agência, por causa do aumento extraordinário no
número de ligações que está sendo esperado para o Réveillon -e
não por eventuais efeitos do bug.
Nota
Segundo nota divulgada ontem
pela Anatel, "há uma demanda
acentuada de tráfego nos serviços
de telecomunicações" durante as
festas de fim de ano, o que "impõe
cuidados adicionais" por parte
dela e das operadoras.
"Modificações que viessem a
ocorrer nas redes (telefônicas) decorrentes de novas interconexões
necessárias para a ativação das
novas prestadoras poderiam causar reflexos indesejáveis para o
sistema e para os usuários", disse
a Anatel na nota.
A entrada em operação das novas operadoras requer a realização de interconexões de grande
porte entre suas redes e as das
operadoras atuais, o que traz novos equipamentos para o sistema
e provoca a readequação dos softwares utilizados nas centrais telefônicas.
Segundo a nota divulgada ontem, a Anatel está "ciente de que
tal medida afetará as interconexões entre as prestadoras do serviço telefônico fixo".
Críticas
A entrada da Intelig no mercado
foi alvo de críticas do ministro das
Comunicações, Pimenta da Veiga, na semana passada.
Ele criticou a Anatel por não ter
tomado providências em relação
à fusão entre a Sprint e a MCI,
operadoras de telefonia norte-americana.
Segundo Pimenta, a união pode
afetar a competição no serviço de
telefonia fixa de longa distância.
A MCI e a Sprint deveriam ser
rivais no Brasil. A primeira controla a Embratel. A Sprint é uma
das três sócias da Intelig, com
25% do capital.
Texto Anterior: Luís Nassif: A revolução do "home care" Próximo Texto: Concorrência: SDE avalia distribuição após a Ambev Índice
|