São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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TELECOMUNICAÇÃO

Anatel quis evitar alteração no sistema

Teles adiam início de operação em 2000

da Sucursal de Brasília

Eventuais problemas que poderão ser causados na rede telefônica pelo chamado bug do milênio vão adiar o início da operação das concorrentes da Embratel, da Telefônica e da Telemar.
A Agência Nacional de Telecomunicações anunciou ontem que a Intelig (concorrente da Embratel) e a Vésper (concorrente da Telemar e da Telefônica) iniciarão suas atividades entre os próximos dias 10 e 24 de janeiro.
As duas empresas haviam planejado o início das operações ainda neste mês, mas a Anatel decidiu postergar essas datas para evitar alterações significativas na rede de telefonia do país à véspera do bug.
O bug (palavra em inglês que significa inseto) é uma série de problemas que poderão ocorrer nos computadores a partir da 0h do dia 1º de janeiro de 2000. Algumas máquinas, com sistema binário de reconhecimento de datas, podem não entender a passagem de 99 para 00, ocasionando falhas.
Segundo a Anatel, a rede telefônica do país está "congelada" desde o último dia 18. Ou seja: estão suspensas modificações de softwares e novas interconexões entre as operadoras.
Esse procedimento, adotado para impedir que eventuais ações contra o bug fiquem mais complexas, é válido até o próximo dia 9.
A partir dessa data, as interconexões necessárias para que a Intelig (concorrente da Embratel) e a Vésper (concorrente da Telefônica e da Telemar) entrem em operação poderão ser feitas.
Conforme a Folha apurou, a Anatel teme um congestionamento nas linhas telefônicas na virada do ano. Isso poderá acontecer, segundo a agência, por causa do aumento extraordinário no número de ligações que está sendo esperado para o Réveillon -e não por eventuais efeitos do bug.

Nota
Segundo nota divulgada ontem pela Anatel, "há uma demanda acentuada de tráfego nos serviços de telecomunicações" durante as festas de fim de ano, o que "impõe cuidados adicionais" por parte dela e das operadoras.
"Modificações que viessem a ocorrer nas redes (telefônicas) decorrentes de novas interconexões necessárias para a ativação das novas prestadoras poderiam causar reflexos indesejáveis para o sistema e para os usuários", disse a Anatel na nota.
A entrada em operação das novas operadoras requer a realização de interconexões de grande porte entre suas redes e as das operadoras atuais, o que traz novos equipamentos para o sistema e provoca a readequação dos softwares utilizados nas centrais telefônicas.
Segundo a nota divulgada ontem, a Anatel está "ciente de que tal medida afetará as interconexões entre as prestadoras do serviço telefônico fixo".

Críticas
A entrada da Intelig no mercado foi alvo de críticas do ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, na semana passada.
Ele criticou a Anatel por não ter tomado providências em relação à fusão entre a Sprint e a MCI, operadoras de telefonia norte-americana.
Segundo Pimenta, a união pode afetar a competição no serviço de telefonia fixa de longa distância.
A MCI e a Sprint deveriam ser rivais no Brasil. A primeira controla a Embratel. A Sprint é uma das três sócias da Intelig, com 25% do capital.




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