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Equador ameaça declarar moratória
Rafael Correa, presidente eleito, afirma que pode deixar de pagar dívida externa para priorizar demandas sociais
Novo governo prepara reestruturação do débito; futuro ministro menciona
exemplo da Argentina, que anunciou calote em 2001
Juan Miraflores/EFE
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Hugo Chávez mostra espada ao equatoriano Rafael Correa |
DA FOLHA ONLINE
O presidente eleito do Equador, Rafael Correa, disse nesta
sexta-feira que não descarta
declarar uma "moratória unilateral da dívida externa" do país
se isso for necessário para atender às demandas sociais.
"Se nosso dever moral de fornecer saúde, educação e moradia a nosso povo nos impedir de
quitar a dívida, não hesitaremos dois segundos", afirmou
Correa em Caracas (Venezuela), onde se reuniu com o colega
Hugo Chávez. "Não excluímos
uma moratória unilateral de
nossa dívida externa", disse.
O presidente eleito do Equador disse que pensa em reestruturar a dívida externa do país,
ao ser questionado sobre o pagamento de cerca de US$ 135
milhões a detentores de títulos
equatorianos com vencimento
em fevereiro -quando ele já estará no cargo de presidente.
A possibilidade de uma reestruturação da dívida foi confirmada pelo futuro ministro da
Economia do Equador, o economista Ricardo Patino. "Temos de fazer algo sobre o serviço da dívida, porque está estrangulando nossa economia",
disse. "Planejamos anunciar algo muito importante em fevereiro", completou.
Segundo Patino, representantes do próximo governo
equatoriano devem se encontrar com os credores em janeiro para discutir um plano de
reestruturação, que "pode ser
mais parecido com o que aconteceu na Argentina do que com
o que houve no Uruguai".
Em dezembro de 2001, o governo da Argentina, que atravessava uma grave crise econômica, decidiu declarar a moratória de sua dívida. Em fevereiro do ano passado, o país conseguiu que cerca de 76% de credores aceitassem trocar títulos
velhos da dívida por novos, com
um valor menor.
Já o governo uruguaio anunciou em 2003 um programa de
reestruturação de sua dívida,
pelo qual o Banco Central trocou títulos com vencimento
neste ano por papéis com prazo
maior, com vencimento em
2012, numa operação de cerca
de US$ 3 bilhões.
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, disse que pode
comprar mais títulos do Equador -no ano passado, a Venezuela adquiriu US$ 25 milhões
em títulos do país vizinho e
vem comprando papéis da dívida da Argentina desde 2005.
"Podemos ajudar o Equador
tal como o fizemos com a Argentina", disse Chávez.
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