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São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 2003

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Investimento direto fica abaixo do previsto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O total de investimentos estrangeiros diretos recebido pelo Brasil no início deste ano está um pouco abaixo do esperado pelo governo, segundo dados do BC. Até ontem, US$ 532 milhões haviam entrado no país. A expectativa é que esse número chegue a US$ 800 milhões até o final do mês.
O BC espera contar com US$ 16 bilhões em investimentos estrangeiros diretos neste ano, praticamente o mesmo valor registrado no ano passado, quando US$ 16,6 bilhões entraram no país. Para que o objetivo deste ano seja alcançado, é preciso que o ingresso de capital estrangeiro fique, em média, em aproximadamente US$ 1,3 bilhão por mês -bem acima dos US$ 800 milhões estimados para janeiro.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que o resultado projetado neste mês não deve se manter ao longo do ano. Ele afirma que o BC já consultou várias empresas que têm planos de investir no país em breve. Segundo essas consultas, diz, é possível que os investimentos cheguem a US$ 16 bilhões.
O Brasil precisa dos investimentos estrangeiros para compensar o déficit em transações correntes, que deve ficar em US$ 6,6 bilhões neste ano, pelas projeções do BC. Além disso, os recursos servem para compensar a saída de dólares decorrente da dificuldade das empresas brasileiras em renovar seus empréstimos externos.
No ano passado, o setor privado conseguiu rolar apenas 43% das parcelas da dívida que venceram no período. Em 2001, essa porcentagem ficou em 98%. As prestações que não puderam ser roladas precisaram ser quitadas, o que significou aumento nas remessas de dólares para o exterior.
Outra fonte de saída de dólares foram as contas CC-5, pelas quais US$ 9,1 bilhões deixaram o país em 2002. No início deste ano, porém, houve uma pequena inversão. Por esse instrumento, ingressaram no país US$ 35 milhões entre os dias 1º e 23 deste mês. Desde agosto de 1995 não se registra fluxo positivo de dólares por meio desse mecanismo, o mais utilizado para o envio de dinheiro para o exterior em momentos de crise.

Paraísos fiscais
Em 2002, o país que mais investiu no Brasil foi a Holanda, responsável por 17,9% dos dólares que entraram no país. Os Estados Unidos e a França vieram logo depois, com 13,9% e 9,7%, respectivamente, do total. Empresas com sede nas Ilhas Cayman foram responsáveis por 8,3% dos investimentos recebidos em 2002.


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