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São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 2003

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ÁGUIA INJUSTA

Patrimônio dos mais ricos cresceu mais rápido no boom dos anos 90

Desigualdade social cresce nos EUA

DA REDAÇÃO

Os norte-americanos ficaram mais ricos durante o boom econômico da década passada, marcada pela "exuberância irracional" das Bolsas, mas os mais ricos ficaram proporcionalmente mais ricos do que os pobres.
Segundo o Federal Reserve (banco central norte-americano), as famílias que estão entre as 10% de poder aquisitivo mais elevado viram seu patrimônio saltar de US$ 492,4 mil, em 1998, para US$ 833,6 mil, no ano passado, um ganho de 69%. Nenhuma outra categoria teve tal crescimento. Já entre os 20% mais pobres o ganho ficou em 24%, atingindo uma riqueza média de US$ 7.900.
Segundo a pesquisa, que é feita a cada três anos e se baseia na entrevista de mais de 4.000 pessoas, os rendimentos dos mais ricos (que incluem salários, pensões e investimentos) também cresceram de maneira mais acelerada. Os 10% que estão no topo da pirâmide social viram sua renda crescer 19,3% entre 1998 e 2001. Os 20% que compõem a base da pirâmide receberam um aumento médio de 14,4% no período.
De 1998 para 2001, os rendimentos dos afro-americanos aumentaram 20%. Mas o banco central não soube explicar por que os rendimentos dos não-brancos permaneceram praticamente estagnados no período.

Popularidade em queda
Os norte-americanos estão céticos em relação ao novo pacote de estímulo econômico proposto pelo presidente George W. Bush, segundo uma pesquisa divulgada ontem. Apenas 35% dos entrevistados consideram que o projeto ajudará a reaquecer a atividade.
A sondagem foi encomendada pela rede de televisão NBC em conjunto com o diário econômico "The Wall Street Journal". Quatro em cada dez entrevistados consideram que os efeitos do pacote, que se baseia em redução de impostos, serão limitados. Entre as pessoas ouvidas, 44% (ou menos da metade do total) aprovam a maneira como Bush e sua equipe conduzem a economia.
Bush tenta no Congresso a aprovação do pacote, que deverá injetar US$ 674 milhões em dez anos. A oposição diz que o projeto beneficia apenas os mais ricos, porque um de seus principais pontos é a eliminação dos impostos dos dividendos de ações.
Segundo o Federal Reserve, 52% dos americanos possuem investimentos no mercado financeiro, mas o percentual é maior entre os mais ricos (90%).


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