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São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 2003

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CRISE GLOBAL

Retração econômica faz número alcançar maior marca já registrada; taxa de desocupação sobe para 6,5%

Desemprego mundial atinge 180 milhões de pessoas, afirma OIT

DA REDAÇÃO

Há 180 milhões de desempregados no mundo, o maior número já registrado desde que estatísticas confiáveis começaram a ser apuradas. De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a massa de pessoas sem emprego aumentou 20 milhões em dois anos, em decorrência da recessão global.
Diz a OIT que, em 2000, a taxa mundial de desemprego era de 5,9%. Ao final do ano passado, o índice estava em 6,5% da população economicamente ativa.
Já o número de subempregados (que recebem menos de US$ 1 ao dia) subiu para 550 milhões. Com isso, o total de pessoas sem trabalho ou em subempregos estaria em 730 milhões.
Números mundiais confiáveis sobre o tema só começaram a ficar disponíveis a partir de 1990.
Segundo a entidade, braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para o assunto, a queda nos níveis de emprego foi sentida de maneira mais acentuada pelas mulheres e pelos mais jovens, cujas ocupações tendem a ser mais vulneráveis durante períodos de crise e choques econômicos.
"A situação do emprego mundial tem se deteriorado dramaticamente", afirmou Juan Somavia, diretor-geral da OIT. "Enquanto dezenas de milhões de pessoas se juntam à fila do desemprego ou do subemprego, as incertas perspectivas de uma recuperação mundial neste ano tornam difíceis as chances de que tal tendência seja revertida."
De acordo com a OIT, a força de trabalho mundial é hoje de 2,8 bilhões de pessoas. Há dois anos, o total era de 2,7 bilhões.
O desemprego cresceu de maneira mais acentuada nos países latino-americanos e nos industrializados. Na América Latina, o índice foi a 10% (22% na Argentina). A menor taxa está no Sudeste Asiático (3,4%). No Oriente Médio e no norte da África encontra-se o maior índice (18%).
A OIT estima que 1 bilhão de novos postos terão que ser criados nesta década para que seja atingido o objetivo da ONU de reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na extrema pobreza. Devido ao crescimento populacional, 500 milhões de pessoas devem entrar no mercado de trabalho em dez anos.
De acordo com Somavia, a melhora do mercado de trabalho está ligada à retomada do crescimento econômico mundial, mas não só. Segundo o diretor da OIT, estudos indicam que governos que adotaram políticas de criação de empregos, como em projetos de obras públicas, conseguiram reduzir os índices de desemprego.


Com "Financial Times" e agências internacionais


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