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CRISE GLOBAL
Retração econômica faz número alcançar maior marca já registrada; taxa de desocupação sobe para 6,5%
Desemprego mundial atinge 180 milhões de pessoas, afirma OIT
DA REDAÇÃO
Há 180 milhões de desempregados no mundo, o maior número
já registrado desde que estatísticas confiáveis começaram a ser
apuradas. De acordo com a OIT
(Organização Internacional do
Trabalho), a massa de pessoas
sem emprego aumentou 20 milhões em dois anos, em decorrência da recessão global.
Diz a OIT que, em 2000, a taxa
mundial de desemprego era de
5,9%. Ao final do ano passado, o
índice estava em 6,5% da população economicamente ativa.
Já o número de subempregados
(que recebem menos de US$ 1 ao
dia) subiu para 550 milhões. Com
isso, o total de pessoas sem trabalho ou em subempregos estaria
em 730 milhões.
Números mundiais confiáveis
sobre o tema só começaram a ficar disponíveis a partir de 1990.
Segundo a entidade, braço da
ONU (Organização das Nações
Unidas) para o assunto, a queda
nos níveis de emprego foi sentida
de maneira mais acentuada pelas
mulheres e pelos mais jovens, cujas ocupações tendem a ser mais
vulneráveis durante períodos de
crise e choques econômicos.
"A situação do emprego mundial tem se deteriorado dramaticamente", afirmou Juan Somavia,
diretor-geral da OIT. "Enquanto
dezenas de milhões de pessoas se
juntam à fila do desemprego ou
do subemprego, as incertas perspectivas de uma recuperação
mundial neste ano tornam difíceis as chances de que tal tendência seja revertida."
De acordo com a OIT, a força de
trabalho mundial é hoje de 2,8 bilhões de pessoas. Há dois anos, o
total era de 2,7 bilhões.
O desemprego cresceu de maneira mais acentuada nos países
latino-americanos e nos industrializados. Na América Latina, o
índice foi a 10% (22% na Argentina). A menor taxa está no Sudeste
Asiático (3,4%). No Oriente Médio e no norte da África encontra-se o maior índice (18%).
A OIT estima que 1 bilhão de
novos postos terão que ser criados nesta década para que seja
atingido o objetivo da ONU de reduzir pela metade o número de
pessoas que vivem na extrema
pobreza. Devido ao crescimento
populacional, 500 milhões de pessoas devem entrar no mercado de
trabalho em dez anos.
De acordo com Somavia, a melhora do mercado de trabalho está
ligada à retomada do crescimento
econômico mundial, mas não só.
Segundo o diretor da OIT, estudos indicam que governos que
adotaram políticas de criação de
empregos, como em projetos de
obras públicas, conseguiram reduzir os índices de desemprego.
Com "Financial Times" e
agências internacionais
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