DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) e outras entidades representativas dos funcionários do banco protestaram ontem contra a indicação de Cássio Casseb para a presidência da instituição.
Em reunião na sede da Anabb, em Brasília, os sindicalistas decidiram lançar um manifesto contra a indicação de Casseb. Foi formada uma comissão para tentar negociar com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a nomeação de outros diretores da instituição, da Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil) e da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco.
Valmir Camilo, presidente da Anabb, afirmou que a entidade quer cobrar do governo a promessa feita pelo presidente Lula na campanha de que iria nomear funcionários de carreira para todas as estatais. Essa promessa não foi cumprida na maioria dos casos. Casseb, por exemplo, é ex-diretor do Citibank e foi funcionário do BankBoston.
O mesmo ocorreu na Caixa Econômica Federal. Nos dois casos, a indicação dos presidentes partiu da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT).
"Se o banco estivesse devendo tecnologicamente para o mercado, tudo bem, mas ele [Casseb" vem para aprender com a gente. Funcionário do banco serve para ser ministro [Ricardo Berzoini, da Previdência", serve para ser governador de Estado [José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, do Mato Grosso do Sul", será que não tem capacidade para ser presidente do banco?", questionou Camilo, que é filiado ao PPS.

Caça aos pombos
Para o presidente da Anabb, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, demorou para indicar o presidente do Banco do Brasil porque queria "queimar" os nomes indicados anteriormente.
"Eu comparo isso à caça de pombos. Quem sai antes pega os caçadores de cartucheira cheia. Todos os nomes que foram anunciados pela imprensa foram abatidos em pleno vôo", disse.
A Folha procurou o Ministério da Fazenda para comentar o caso, mas não obteve resposta.
(EVANDRO SPINELLI)


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