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DÍVIDA
Nota detalha recompra de "bradies"
BC explica resgate de títulos ao mercado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo divulgou nota ontem para esclarecer as condições
que serão respeitadas caso o Brasil decida antecipar o resgate de
parte dos títulos da dívida externa. O anúncio foi feito em um
momento em que se observa uma
forte valorização dos chamados
"bradies" -títulos emitidos pelo
Brasil em 1994, com a renegociação da dívida externa após a moratória decretada na década de 80.
Pelo comunicado, o contrato
firmado com os credores permite
que os títulos sejam resgatados,
pelo valor de face, duas vezes por
ano: nos dias 15 de abril e 15 de
outubro, quando são pagos os juros correspondentes aos papéis.
Caso decida pelo resgate, o governo brasileiro deve anunciá-lo entre 30 e 60 dias antes dessas datas.
Respeitadas as condições, o governo poderia resgatar os títulos,
e os credores seriam obrigados a
aceitar. Se quiser fazer a operação
em outras datas, ou com outros
valores, o governo precisa da concordância dos investidores. O comunicado é assinado pelo BC e
pelo Ministério da Fazenda, que,
até o fim do ano, compartilham a
administração da dívida externa.
Segundo a assessoria do BC, a
divulgação das cláusulas não significa que o Brasil irá efetivamente fazer o resgate. Os "bradies"
brasileiros em circulação no mercado totalizam US$ 16 bilhões
-ou cerca de 20% dos títulos da
dívida externa do país.
O título da dívida externa brasileira mais negociado no mercado
é o C-Bond, que também faz parte
dos "bradies". Nas últimas semanas, o papel tem sido negociado
acima do seu valor de face -valor que o credor receberá no dia
de seu vencimento, em 2014.
O Brasil é o país que tem o
maior volume de "bradies" em
circulação no mercado. Argentina, Venezuela e Polônia estão entre os vários países da América
Latina, da Ásia e do Leste Europeu que aderiram ao programa.
Deles, só o México já conseguiu
resgatar todos os seus "bradies".
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