São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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DÍVIDA

Nota detalha recompra de "bradies"

BC explica resgate de títulos ao mercado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo divulgou nota ontem para esclarecer as condições que serão respeitadas caso o Brasil decida antecipar o resgate de parte dos títulos da dívida externa. O anúncio foi feito em um momento em que se observa uma forte valorização dos chamados "bradies" -títulos emitidos pelo Brasil em 1994, com a renegociação da dívida externa após a moratória decretada na década de 80.
Pelo comunicado, o contrato firmado com os credores permite que os títulos sejam resgatados, pelo valor de face, duas vezes por ano: nos dias 15 de abril e 15 de outubro, quando são pagos os juros correspondentes aos papéis. Caso decida pelo resgate, o governo brasileiro deve anunciá-lo entre 30 e 60 dias antes dessas datas.
Respeitadas as condições, o governo poderia resgatar os títulos, e os credores seriam obrigados a aceitar. Se quiser fazer a operação em outras datas, ou com outros valores, o governo precisa da concordância dos investidores. O comunicado é assinado pelo BC e pelo Ministério da Fazenda, que, até o fim do ano, compartilham a administração da dívida externa.
Segundo a assessoria do BC, a divulgação das cláusulas não significa que o Brasil irá efetivamente fazer o resgate. Os "bradies" brasileiros em circulação no mercado totalizam US$ 16 bilhões -ou cerca de 20% dos títulos da dívida externa do país.
O título da dívida externa brasileira mais negociado no mercado é o C-Bond, que também faz parte dos "bradies". Nas últimas semanas, o papel tem sido negociado acima do seu valor de face -valor que o credor receberá no dia de seu vencimento, em 2014.
O Brasil é o país que tem o maior volume de "bradies" em circulação no mercado. Argentina, Venezuela e Polônia estão entre os vários países da América Latina, da Ásia e do Leste Europeu que aderiram ao programa. Deles, só o México já conseguiu resgatar todos os seus "bradies".


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