|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELES
Consumidor está mais preocupado em falar bem do que com a tecnologia, e sucesso de serviços de última geração depende do preço
Custo alto ainda restringe "supercelulares"
LÁSZLÓ VARGA
ENVIADO ESPECIAL A CANNES
Canetas que gravam mensagens
de áudio e as enviam por e-mail,
celulares para médicos receberem
diagnósticos de pacientes e computadores de bolso (PDAs) que
permitem ligações sem fio e navegação pela internet.
Esses são alguns exemplos da
parafernália de aparelhos apresentados pelos cerca de 500 expositores da 3GSM World Congress
2003, um dos principais eventos
de telefonia móvel do mundo, encerrado na semana passada em
Cannes, na França.
Mas a grande dúvida entre analistas do setor é a seguinte: de que
vale haver tantos recursos se aparentemente a maioria dos usuários de celular só quer falar ao telefone com facilidade e qualidade?
A resposta para a questão é delicada e diz respeito a quanto um
cliente está disposto a pagar pelos
serviços das operadoras. A expectativa dos analistas é que as vendas de celulares cresçam de uma
média de 390 milhões de terminais no ano passado para 770 milhões de terminais em 2005.
Trata-se de um mercado de
mais de US$ 40 bilhões ao ano somente em aparelhos vendidos. A
previsão é que a América Latina
tenha uma expansão de 9% nas
vendas neste ano, contra os 4%
dos Estados Unidos.
A presidente da consultoria
Shosteck, Jane Zweig, afirma que
as estratégias que as operadoras
precisam utilizar para crescer em
países como o Brasil e na Europa
são extremamente diferentes.
"Países da América do Sul querem terminais baratos. Não
adianta vender aparelhos e serviços, como navegação pela internet, a preços muito altos, pois o
poder aquisitivo é baixo."
Na Europa, por outro lado, são
lançados modelos supersofisticados, que permitem acessar jogos
pela internet, vídeos etc. Mas
Zweig coloca em xeque até mesmo o sucesso de parte dessas
"brincadeiras" para celulares sofisticados em países desenvolvidos. "As tecnologias que existem
hoje não trabalham ainda muito
bem com esses divertimentos. As
pessoas querem mesmo é falar
com facilidade."
Apenas clientes de operadoras
de celulares de países do Oriente,
como Coréia do Sul e Japão, têm
utilizado as últimas novidades do
mundo da telefonia sem fio com
maior intensidade.
Segundo Zweig, o sucesso na
oferta de serviços complexos e celulares de última geração depende
da redução de preços. Ela lembra
que o custo do envio de mensagens já baixou de US$ 0,37 para
US$ 0,04 na japonesa J Phone.
Para a consultora, a chamada
terceira geração de celulares
-que permitiria receber vídeos
em altíssima velocidade- só terá
tecnologia para chegar com qualidade ao mercado em 2010.
O repórter László Varga viajou a Cannes a convite da Nokia
Texto Anterior: Em 20 anos, pequeno produtor de Pernambuco nunca obteve dinheiro Próximo Texto: Meirelles reafirma compromisso com meta de inflação Índice
|