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São Paulo, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003

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Em 20 anos, pequeno produtor de Pernambuco nunca obteve dinheiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Antônio de Santana Oliveira, 37, trabalha na agricultura há mais de 20 anos e jamais teve crédito em bancos para financiar sua produção. Em dezembro de 2001, decidiu encaminhar um pedido de solicitação de crédito no valor de R$ 4.000 ao Banco do Nordeste para financiar a compra de duas cabeças de gado e equipamentos.
Segundo ele, apesar de toda a sua documentação estar em ordem, o banco alega que não há recursos em caixa para atender o seu pedido. "Eu deveria ter recebido o dinheiro até dezembro do ano passado para poder comprar as vacas em janeiro deste ano, que é a época em que o gado é mais barato. Agora, o gado está mais caro. Mesmo que recebesse o empréstimo hoje, não daria mais para comprar o que preciso", diz.
O agricultor tem uma pequena propriedade rural em Serra Vermelha, distrito de Afogados da Ingazeira (PE), cidade localizada a 390 km de Recife. O perfil de sua produção é a agricultura de subsistência. A principal atividade é o plantio de milho. Com o financiamento, o produtor esperava ter recursos para iniciar uma produção em escala comercial.
O Banco do Nordeste informou que vai estudar o caso do produtor. De acordo com João Newton Martins, superintendente de agronegócios do banco, hoje, não há represamento de propostas por falta de recursos. "Pedidos de financiamento para o valor solicitado por Oliveira normalmente não levam mais do que 20 dias", disse.
Na sua opinião, o motivo para esse atraso na liberação do empréstimo seriam lacunas no cumprimento das exigências do banco. Para o custeio pecuário, que é o caso de Oliveira, é necessário apresentar comprovação de reservas de ração e de água para a aquisição de novos animais. "Se ele não tiver atendido a esses critérios, a melhor alternativa seria fazer um outro projeto para, primeiro, financiar investimentos em infra-estrutura", afirmou Martins.(AM e CC)

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