São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GRÃOS

Prejuízo chega a R$ 57,5 milhões com apodrecimento e estradas precárias

Chuva lesa produtor de soja em MT

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

O excesso de chuva, os atoleiros e buracos nas estradas deram prejuízo de pelo menos R$ 57,5 milhões aos produtores de soja de Sorriso e Sapezal, os municípios com as maiores safras do grão em Mato Grosso. Houve perdas de até 12% do que já foi colhido.
Parte da colheita apodreceu, devido às chuvas. O rio Teles Pires transbordou em Sorriso (420 km de Cuiabá) e impediu a colheita em 200 mil hectares. No município, chove há 60 dias.
Superada a dificuldade em colher o grão, o obstáculo passa a ser escoá-lo em direção aos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR).
"Para percorrer 65 km, demoramos até cinco dias", disse o presidente do Sindicato Rural de Sapezal (470 km de Cuiabá), José Guarino Fernandes, 40.
Mato Grosso é o maior produtor de soja no país. Responde por 25% da safra brasileira.
Segundo o último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), feito no início de fevereiro, o Estado deve produzir 15 milhões de toneladas do grão -16% a mais em relação à safra anterior.
O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Sorriso, Renaldo Loffi, 43, disse que a produção poderia chegar a 17 milhões de toneladas se não fossem as chuvas.
Segundo ele, 45% de uma área plantada de 2,5 milhões de hectares foi prejudicada nos principais municípios produtores de soja no Estado.
Sorriso, segundo Loffi, produziria 2,5 milhões de toneladas de soja em uma área plantada de 600 mil hectares. Essa produção estimada equivale a 16% da safra de Mato Grosso.
Loffi disse que foram perdidos 12% da produção em uma área de 200 mil hectares, onde já ocorreu a colheita.

Barco
"A situação está caótica. Para chegar a minha fazenda, só pegando um barco. Não tem estrada", disse Leonir Paulo Capitônio, presidente do Sindicato Rural de Sorriso.
Em Sapezal, chove desde 29 de janeiro. O excesso de água faz a soja apodrecer. "Para exportação, aceitam no máximo até 8% de ardido, que é o grão estragado. Tem produtor com até 60% de ardido", disse Fernandes.


Texto Anterior: Queda da renda do consumidor afeta o setor
Próximo Texto: Matéria-prima
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.