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GRÃOS
Prejuízo chega a R$ 57,5 milhões com apodrecimento e estradas precárias
Chuva lesa produtor de soja em MT
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
O excesso de chuva, os atoleiros
e buracos nas estradas deram prejuízo de pelo menos R$ 57,5 milhões aos produtores de soja de
Sorriso e Sapezal, os municípios
com as maiores safras do grão em
Mato Grosso. Houve perdas de
até 12% do que já foi colhido.
Parte da colheita apodreceu, devido às chuvas. O rio Teles Pires
transbordou em Sorriso (420 km
de Cuiabá) e impediu a colheita
em 200 mil hectares. No município, chove há 60 dias.
Superada a dificuldade em colher o grão, o obstáculo passa a ser
escoá-lo em direção aos portos de
Santos (SP) e de Paranaguá (PR).
"Para percorrer 65 km, demoramos até cinco dias", disse o presidente do Sindicato Rural de Sapezal (470 km de Cuiabá), José Guarino Fernandes, 40.
Mato Grosso é o maior produtor de soja no país. Responde por
25% da safra brasileira.
Segundo o último levantamento
da Conab (Companhia Nacional
de Abastecimento), feito no início
de fevereiro, o Estado deve produzir 15 milhões de toneladas do
grão -16% a mais em relação à
safra anterior.
O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Sorriso, Renaldo Loffi, 43, disse que a
produção poderia chegar a 17 milhões de toneladas se não fossem
as chuvas.
Segundo ele, 45% de uma área
plantada de 2,5 milhões de hectares foi prejudicada nos principais
municípios produtores de soja no
Estado.
Sorriso, segundo Loffi, produziria 2,5 milhões de toneladas de soja em uma área plantada de 600
mil hectares. Essa produção estimada equivale a 16% da safra de
Mato Grosso.
Loffi disse que foram perdidos
12% da produção em uma área de
200 mil hectares, onde já ocorreu
a colheita.
Barco
"A situação está caótica. Para
chegar a minha fazenda, só pegando um barco. Não tem estrada", disse Leonir Paulo Capitônio,
presidente do Sindicato Rural de
Sorriso.
Em Sapezal, chove desde 29 de
janeiro. O excesso de água faz a
soja apodrecer. "Para exportação,
aceitam no máximo até 8% de ardido, que é o grão estragado. Tem
produtor com até 60% de ardido", disse Fernandes.
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