|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BANCOS
Holding que controla o ex-Bamerindus obtém resultado recorde, mas alerta que o efeito Ásia não acabou
Grupo HSBC lucra US$ 5,5 bilhões em 97
das agências internacionais
O grupo financeiro HSBC Holdings, que controla o HSBC Bamerindus no Brasil, divulgou ontem um lucro global recorde de
US$ 5,5 bilhões.
O resultado foi 8% superior ao
de 96, apesar da crise financeira
ocorrida na Ásia, região onde o
grupo concentra suas operações.
Segundo os executivos do grupo,
o lucro poderia ter sido maior.
"Nós não escapamos dos efeitos
da crise da região asiática nos últimos meses", disse o principal executivo do banco em Hong Kong,
John Strickland.
A mensagem dos executivos do
banco é de que a crise asiática ainda não acabou.
Em uma declaração divulgada à
imprensa, o principal executivo
do grupo HSBC, William Purves,
afirmou que os efeitos da crise ainda estão começando a emergir.
"Nossa percepção é de que as
turbulências e distúrbios não acabaram", afirmou Strickland durante uma teleconferência.
Apesar disso, o HSBC não pretende reduzir seus negócios na região. "A Ásia continua, provavelmente, a mais importante área de
preocupação do banco e não pretendemos reduzir nossas operações", disse Purves.
Prova de que há expectativa de
novos desdobramentos da crise é
que o banco constituiu uma reserva especial para eventuais perdas
na região.
Segundo Purves, foram reservados US$ 286 milhões para cobrir
eventuais perdas com créditos nos
três países que receberam ajuda do
FMI (Fundo Monetário Internacional): Tailândia, Indonésia e Coréia do Sul.
No total, o grupo aumentou em
60% suas provisões para créditos
ruins, que alcançaram pouco mais
de US$ 1 bilhão.
Essas provisões foram, em grande parte, responsáveis pelo crescimento menor que o esperado no
lucro do banco. Antes da constituição dessas provisões, o lucro
operacional do grupo cresceu 16%
em 97, atingindo US$ 8,5 bilhões.
Segundo os executivos, o maior
crescimento do grupo aconteceu
nos bancos localizados fora da
Ásia, mais especificamente na Inglaterra, nos Estados Unidos e no
Oriente Médio.
Por conta da crise, o crescimento do resultado na Ásia foi limitado a 3% e ficou em US$ 2,55 bilhões.
Os ativos totais do grupo HSBC
em dezembro de 97 eram de US$
466 bilhões, com um crescimento
de US$ 81,5 bilhões sobre dezembro de 96.
Segundo os executivos do banco, menos de 2% dos ativos totais
do grupo estão nos três países que
receberam ajuda do FMI.
Também em relação ao total de
ativos do grupo, 13% estão aplicados em empréstimos a clientes nos
países da Ásia, fora Hong Kong.
Para os executivos, esses números são "completamente gerenciáveis" para o HSBC.
Segundo William Purves, a crise
na Ásia fez com que muitos clientes corressem para o HSBC, mas
isso criou uma situação contraditória. "A instabilidade decorrente
da forte desvalorização cambial
(nos países asiáticos) atraiu um
volume significativo de depósitos
de clientes para nossas agências na
região. Contudo, a combinação de
desvalorização cambial, queda das
Bolsas de Valores e taxas de juros
levou a uma deterioração na qualidade dos créditos, cuja completa
extensão está apenas começando a
emergir", disse.
Brasil
Durante a teleconferência, William Purves afirmou que o ingresso do grupo no Brasil e na Argentina é parte dos planos de diversificação do grupo. "O Brasil é atrativo. Diferentemente de muitos países, o mercado bancário é pouco
desenvolvido. Apenas 20% dos
brasileiros têm conta bancária",
disse ele.
Japão
O governo japonês decide esta
semana quais bancos vão receber
U$ 101 bilhões de um pacote de
cerca de US$ 250 bilhões, aprovado na semana passada. Os recursos serão utilizados na recuperação do setor bancário do país.
Serão definidas também em que
condições o governo entregará os
recursos. O pacote foi elaborado
após o colapso de dois bancos e de
duas corretoras no final de 97.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|