São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2000


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REVERSO DA MOEDA
Empresa amplia vagas e provoca um tumulto no mercado
Embraer procura profissionais qualificados no Vale do Paraíba

LÁSZLÓ VARGA
enviado especial a

São José dos Campos Uma disputa acirrada por trabalhadores qualificados tomou conta das indústrias do Vale do Paraíba. Enquanto o desemprego é elevado no Brasil, na região de São José dos Campos (SP) há uma guerra entre as empresas por profissionais especializados e a principal responsável é a Embraer.
Comentários no mercado dão conta de que a empresa decidiu expandir seu quadro de empregados de 8.500 para 11 mil nos próximos quatro anos, por conta de encomendas e a perspectiva de novos projetos. Seu departamento de recursos humanos deflagrou, então, um processo em busca de trabalhadores.
"A Embraer gerou um tumulto no mercado de trabalho", afirma o diretor administrativo e financeiro da Kone Elevadores, Luiz Zambrone.
A situação chegou a tal ponto, com a valorização dos salários e problemas de preenchimento de vagas, que indústrias chegaram a reclamar, semanas atrás, na regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Empresa decola
Sem dúvida, a Embraer vive um bom momento depois de patinar nos anos 80. Em janeiro, suas exportações chegaram a US$ 144,9 milhões, 50% mais sobre o mesmo período do ano passado.
Atualmente, a empresa tem se dedicado a desenvolver os jatos ERJ 170 e 190-100 e 190-200. Procurada pela Folha na quarta e ontem, a empresa não quis comentar a situação.
Um dos profissionais que a Embraer tentou contratar é o projetista industrial Victor Hugo Azevedo. Especializado no software Catia, usado para desenhar projetos, morava em São Paulo até junho e estava desempregado.
Uma prestadora de serviços da Embraer o chamou para trabalhar na empresa de aviação e Azevedo aceitou o convite. "Logo depois, porém, tive uma proposta da multinacional francesa Sermo", explica. A empresa, recém-instalada em Taubaté e que fabrica moldes industriais, lhe garantiu registro em carteira e outros benefícios.
O salário de um desenhista especializado no programa Catia chega a R$ 6.000,00. O corre-corre por trabalhadores não significa que no Vale do Paraíba não há desemprego. A taxa gira em torno de 7% da PEA (População Economicamente Ativa) e gente com pouca especialização acaba sofrendo com isso.
Os trabalhadores mais especializados, porém, têm chances de achar vaga. A falta de pessoal qualificado levou a Sermo a procurar o Senai para formar cerca de 60 trabalhadores. Ainda neste ano, 15 novas indústrias de Taubaté devem abrir mais mil postos de trabalho.


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