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BARRIL DE PÓLVORA
Ameaça de explosão de poços obriga petroleiras a paralisar ou reduzir atividade; produção cai 16%
Conflito étnico ameaça petróleo da Nigéria
DA REDAÇÃO
Os conflitos étnicos na Nigéria
são a mais nova ameaça à produção mundial de petróleo. Militantes de etnias do país se enfrentam
há anos, mas no último sábado a
multinacional francesa TotalFinaElf teve de paralisar as atividades no delta do rio Niger. A Shell
(anglo-holandesa) e a ChevronTexaco (americana) já tinham reduzido a extração de petróleo por
causa dos conflitos. A produção
do país, que era de 1,95 milhão de
barris por dia, já caiu 16%.
Ontem, líderes da etnia Ijaw
ameaçaram explodir poços de petróleo de multinacionais, caso
tropas do governo reprimam seus
militantes. A Nigéria é o quinto
maior exportador da matéria-prima para os Estados Unidos e o
primeiro para o Brasil (leia texto
abaixo).
Segundo analistas, o prolongamento da redução da extração de
petróleo na Nigéria pode elevar os
preços do produto, que estão
atualmente em queda. Na sexta-feira, a cotação do barril na Bolsa
Mercantil de Nova York fechou a
US$ 26,91, com baixa de 4,3% em
relação ao valor do dia anterior.
Perdas das multinacionais
A Shell afirma que teve de reduzir sua extração diária na Nigéria
de 800 mil para 625 mil barris. A
ChevronTexaco, por sua vez, baixou seu volume de extração de
470 mil para 340 mil barris.
O poço da TotalFinaElf em
Opumami, na região do delta do
Niger -uma das regiões da Nigéria mais ricas em petróleo-, fornecia 7.500 barris por dia antes do
agravamento dos conflitos. Desde
sábado o poço está inativo -a
empresa retirou seus trabalhadores do local.
Os conflitos se acirraram no último dia 12, quando os grupos étnicos Ijaw e Urhobo se rebelaram
contra o governo do presidente
Olusegun Obasanjo.
Eles acusam Obasanjo de favorecer a minoria étnica Itsekiris na
campanha para a próxima eleição
presidencial, marcada para 19 de
abril. Terminais de exportação de
petróleo também estão inativos
com os conflitos no país.
Segundo um especialista do setor, refinarias do leste dos Estados
Unidos são grandes importadores
do petróleo da Nigéria. Países da
Europa importam também a matéria-prima para produzir diesel,
e depois exportam para os Estados Unidos a gasolina que resta
do refino.
Iraque
No Iraque, representantes dos
Estados Unidos e do Reino Unido
afirmam que as perdas de petróleo do país com a guerra estão
abaixo do previsto. Segundo eles,
menos de 10 dos 500 poços de petróleo do sul do país estão queimando depois que soldados iraquianos os explodiram, como tática de guerra.
Cerca de 60% do 1,8 milhão de
barris diários que o Iraque produzia antes da invasão americana e
inglesa vinham do sul do país. Segundo os americanos, os poços
danificados estarão funcionando
novamente dentro de 45 dias.
Com agências internacionais
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