|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
País fornece 34% das
importações do Brasil
ANTONIO GÓIS
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras acompanha atentamente a crise na Nigéria. O país
africano é atualmente o principal
fornecedor brasileiro de óleo cru.
Segundo dados da estatal, de uma
média diária de 338 mil barris de
petróleo que ela importou no ano
passado, a Nigéria forneceu 114
mil (33,7%).
Por conta desses números, os
dirigentes da área comercial da
Petrobras estão "acompanhando
atentamente" o desenrolar da crise nigeriana, mas, segundo informações da assessoria de imprensa
da empresa, consideram que
"ainda não há motivo para uma
preocupação maior".
Depois da Nigéria, os maiores
fornecedores brasileiros de petróleo em 2002 foram, pela ordem, a
Argélia, a Arábia Saudita, o Iraque, a Argentina e a Venezuela. O
Brasil importa hoje menos de 15%
do petróleo que consome.
Segundo dados da estatal brasileira, a Nigéria produz por dia 1,95
milhão de barris de óleo, 7,2% da
produção atual dos membros da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo).
O consultor Adriano Pires Rodrigues, diretor do CBIE (Centro
Brasileiro de Infra-Estrutura),
tem opinião semelhante à da direção da Petrobras. Ele entende que
o Brasil poderá ser afetado por
um possível agravamento da crise
nigeriana, por ser um cliente importante daquele país. Mas pondera que ainda é cedo para qualquer estimativa sobre prováveis
impactos.
De acordo com Rodrigues, uma
crise isolada na Nigéria teria pouco impacto no preço internacional do petróleo. Segundo ele, no
pior dos cenários, considerando
também a guerra no Iraque, o
preço do barril dificilmente ultrapassaria o teto de US$ 40, porque
a tendência hoje é de queda.
Ele cita três razões para explicar
essa tendência: as principais economias do mundo estão desaquecidas; muitos países fizeram estoque para se preparar contra os
efeitos da guerra; e a Opep está
trabalhando hoje com capacidade
ociosa e poderia colocar, sem nenhum problema, mais 5 milhões
de barris por dia no mercado.
Texto Anterior: Barril de pólvora: Conflito étnico ameaça petróleo da Nigéria Próximo Texto: Opinião econômica: A psicose da cascata Índice
|