|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO ACIONÁRIO
Justificativa é que os preços dos ativos estariam baixos em relação aos fundamentos da economia
Para analistas, Bolsa tem espaço para alta
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Executivos de bancos e corretoras ouvidos pela Folha afirmam
que o movimento de alta no mercado acionário pode se sustentar
nos próximos dias, com volatilidade. Os mercados devem continuar colados nos desdobramentos da guerra no Iraque e no rumo
dos mercados internacionais.
Apesar da valorização de
10,67% neste mês na Bovespa
(Bolsa de Valores de São Paulo)
-5,17% na semana passada-,
haveria ainda espaço para valorização no curtíssimo prazo. Analistas avaliam que os preços dos
ativos estariam baixos em relação
aos fundamentos da economia.
Tanto a Bovespa como as três
maiores Bolsas americanas zeraram suas perdas no ano na semana passada. Dentre as quatro, a
paulista é a que apresenta a menor valorização em 2003, de apenas 0,97%.
A Nasdaq (das ações de tecnologia) registra alta de 6,41% no ano,
Dow Jones (de Nova York), de
2,16%, e Standard & Poor's 500
(que reúne as 500 maiores empresas dos EUA), de 1,83%.
No período de 12 meses, porém,
as quatro Bolsas ainda operam no
vermelho, com percentuais negativos de dois dígitos.
Em plena guerra, executivos do
mercado brasileiro ainda vêem
céu de brigadeiro: continuidade
da boa tendência para os mercados, com Bolsa em alta e risco-país e câmbio em queda, se nada
afetar as Bolsas americanas.
"A expectativa é positiva para a
Bovespa até cerca de 12,4 mil pontos. Para superar esse nível, teria
que haver um fluxo resistente, o
risco-país ter queda maior e o
mercado externo ser mais comprador", diz Lúcio Graccho, do
HSBC Asset Management.
Petróleo
O recrudescimento da violência
no conflito étnico da Nigéria, que
levou empresas petrolíferas a suspender suas operações no país,
pode causar algum repique de alta
nos preços do petróleo. A Nigéria
é o principal fornecedor do petróleo importado pelo Brasil.
"Vão tentar puxar os preços para cima. Se conseguirem, será
apenas uma correção, depois os
preços voltam a cair", diz o diretor de pesquisas da corretora
Planner, Luiz Antônio Vaz das
Neves.
A queda de cerca de 30% nos
preços do petróleo em nove dias
abriria espaço para essa correção.
As companhias petrolíferas, segundo Vaz das Neves, tentarão
puxar as cotações, inclusive porque estariam muito compradas
(apostaram na alta das cotações
nos mercados futuros).
"Mas não conseguirão isso de
forma consistente porque os preços tendem a cair com a guerra,
além de a Opep (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo)
ter garantido o abastecimento."
Agenda
Uma nova série de índices de inflação, a ata do Copom e indicadores dos EUA saem na semana.
"A confirmação de queda da inflação seria muito positiva, mas os
números americanos são menos
importantes que os da guerra. O
indicador de confiança do consumidor vem defasado. Interessa saber o que acontecerá com o consumo pós-guerra", diz Júlio Ziegelman, do BankBoston.
Embraer PN
A ação subiu 6,17% na sexta-feira, acompanhando a alta do setor
nas Bolsas internacionais. Valorizou-se 23,75% em dez dias, depois de expressivas quedas no
mês passado. Corretoras já recomendam a venda do papel.
Texto Anterior: Indefinição preocupa empresas italianas Próximo Texto: Meninas superpoderosas Índice
|