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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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MERCADO ACIONÁRIO

Justificativa é que os preços dos ativos estariam baixos em relação aos fundamentos da economia

Para analistas, Bolsa tem espaço para alta

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Executivos de bancos e corretoras ouvidos pela Folha afirmam que o movimento de alta no mercado acionário pode se sustentar nos próximos dias, com volatilidade. Os mercados devem continuar colados nos desdobramentos da guerra no Iraque e no rumo dos mercados internacionais.
Apesar da valorização de 10,67% neste mês na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) -5,17% na semana passada-, haveria ainda espaço para valorização no curtíssimo prazo. Analistas avaliam que os preços dos ativos estariam baixos em relação aos fundamentos da economia.
Tanto a Bovespa como as três maiores Bolsas americanas zeraram suas perdas no ano na semana passada. Dentre as quatro, a paulista é a que apresenta a menor valorização em 2003, de apenas 0,97%.
A Nasdaq (das ações de tecnologia) registra alta de 6,41% no ano, Dow Jones (de Nova York), de 2,16%, e Standard & Poor's 500 (que reúne as 500 maiores empresas dos EUA), de 1,83%.
No período de 12 meses, porém, as quatro Bolsas ainda operam no vermelho, com percentuais negativos de dois dígitos.
Em plena guerra, executivos do mercado brasileiro ainda vêem céu de brigadeiro: continuidade da boa tendência para os mercados, com Bolsa em alta e risco-país e câmbio em queda, se nada afetar as Bolsas americanas.
"A expectativa é positiva para a Bovespa até cerca de 12,4 mil pontos. Para superar esse nível, teria que haver um fluxo resistente, o risco-país ter queda maior e o mercado externo ser mais comprador", diz Lúcio Graccho, do HSBC Asset Management.

Petróleo
O recrudescimento da violência no conflito étnico da Nigéria, que levou empresas petrolíferas a suspender suas operações no país, pode causar algum repique de alta nos preços do petróleo. A Nigéria é o principal fornecedor do petróleo importado pelo Brasil.
"Vão tentar puxar os preços para cima. Se conseguirem, será apenas uma correção, depois os preços voltam a cair", diz o diretor de pesquisas da corretora Planner, Luiz Antônio Vaz das Neves.
A queda de cerca de 30% nos preços do petróleo em nove dias abriria espaço para essa correção. As companhias petrolíferas, segundo Vaz das Neves, tentarão puxar as cotações, inclusive porque estariam muito compradas (apostaram na alta das cotações nos mercados futuros).
"Mas não conseguirão isso de forma consistente porque os preços tendem a cair com a guerra, além de a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) ter garantido o abastecimento."

Agenda
Uma nova série de índices de inflação, a ata do Copom e indicadores dos EUA saem na semana.
"A confirmação de queda da inflação seria muito positiva, mas os números americanos são menos importantes que os da guerra. O indicador de confiança do consumidor vem defasado. Interessa saber o que acontecerá com o consumo pós-guerra", diz Júlio Ziegelman, do BankBoston.

Embraer PN
A ação subiu 6,17% na sexta-feira, acompanhando a alta do setor nas Bolsas internacionais. Valorizou-se 23,75% em dez dias, depois de expressivas quedas no mês passado. Corretoras já recomendam a venda do papel.


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