São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2004

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RECEITA ORTODOXA

Apesar da melhora, caem empréstimos em proporção do PIB

Volume de crédito cresce e juros recuam em fevereiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os juros médios cobrados pelos bancos caíram de 56,6% para 56,1% ao ano e o volume de empréstimos aumentou no mês passado, segundo dados do Banco Central divulgados ontem. A taxa do cheque especial foi reduzida para 142,9%, menor nível desde maio de 2000 (141,9%). O total de empréstimos concedido no sistema financeiro subiu de R$ 409 bilhões para R$ 412 bilhões.
Apesar da melhoria, que acompanhou a redução nos juros básicos da economia realizada no ano passado, de 26,5% para 16,5% -o BC só voltou a cortar a taxa neste mês, em 0,25 ponto percentual-, a oferta de crédito como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) continua estagnada. De janeiro para fevereiro, caiu de 25,7% para 25,6%, mesmo nível de outubro do ano passado.
"De fato, em relação ao PIB, o crédito está estagnado. Cresceu na segunda metade do ano passado, mas de lá para cá vem se mantendo constante", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Em termos absolutos, houve aumento dos empréstimos tanto para pessoas físicas como para jurídicas. No primeiro caso, o total subiu de R$ 89,692 bilhões para R$ 91,608 bilhões.
O que explica a estagnação da oferta de crédito em proporção do PIB é o fato de os financiamentos e a economia estarem crescendo no mesmo ritmo. Lopes destacou, contudo, que os dados referentes ao PIB em janeiro e fevereiro são projeções, pois os números oficiais não foram divulgados.
Só houve queda de juros no período para as pessoas físicas. A taxa média saiu de 65,4% em janeiro para 64,2% em fevereiro.
O crédito pessoal foi a modalidade que teve maior crescimento no volume concedido (de R$ 30,84 bilhões para R$ 32,03 bilhões) e a que registrou corte mais acentuado nas taxas (de 79,1% para 76,6% ao ano), nos dois casos em termos absolutos.
Segundo Lopes, os números do crédito pessoal foram ampliados sobretudo pelos empréstimos com desconto em folha de pagamento, aprovados em 2003. Ele disse que as pessoas têm trocado outras formas de empréstimo pelo desconto em folha, cujos juros são menores.
Os juros para pessoas jurídicas mantiveram-se praticamente estáveis no mês passado. De uma taxa média de 30,1% em janeiro, subiram para 30,2%.


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