PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Neste ano, a Petrobras teve uma perda de receita de R$ 220 milhões por vender gasolina e diesel abaixo do preço do mercado internacional. Desde o começo de 2003, porém, a estatal acumula um ganho de R$ 1,8 bilhão por praticar, na média, preços maiores do que os de referência.
Os dados foram levantados pela consultoria privada CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), a pedido da Folha. Comparam os preços da Petrobras com os do mercado spot -vendas de oportunidade, sem contrato- no golfo Americano (a parte norte-americana do golfo do México), um dos principais parâmetros internacionais.
Segundo o CBIE, no dia 16 (último dado disponível), o preço da Petrobras estava 10% menor que o do golfo Americano no caso da gasolina comercializada nas refinarias da estatal. Em relação ao diesel, a defasagem era de 5%.
A Petrobras contesta o cálculo do CBIE. O gerente-executivo da área de abastecimento da companhia, Carlos Ney Martin Andrade, afirmou que o golfo não é a única referência. Segundo ele, preços de vários lugares são adotados pela companhia como parâmetro.
Segundo Andrade, os preços da estatal "são alinhados num período mais longo, e não momento a momento, o que assegura uma estabilidade no longo prazo".
Por isso, afirmou, "há horas que a Petrobras ganha e há horas que perde". O objetivo é "ficar alinhado na média".
Apesar da alta das cotações do óleo nos últimos dias, Andrade afirmou que não há previsão de modificações no preço doméstico no curto prazo.


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