São Paulo, terça-feira, 24 de março de 2009

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Puxadas por bancos, SP sobe 5,9% e NY, 6,8%

Bovespa tem segundo melhor pregão do ano e acumula alta de 11% no mês; Citi sobe 19%, enquanto Itaú ganha 9,6%

Dólar recua 0,8% e encerra cotado a R$ 2,246; analista avalia que ainda é cedo para considerar que a pior fase do mercado já passou


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo pacote financeiro americano levou euforia aos mercados ontem. A Bovespa teve seu segundo melhor pregão do ano. Com valorização de 5,89%, a Bolsa superou a barreira dos 42 mil pontos e passou a registrar ganhos de 11,14% no mês. O dólar caiu 0,80%, para R$ 2,246.
A expectativa do mercado é que o plano dê alento ao devastado setor financeiro americano. Tanto que as ações dos bancos foram destaque pelo mundo ontem, embora, desde o agravamento da crise global, em setembro, outros momentos de euforia após anúncios de planos de resgate tenham se mostrado alívios apenas passageiros antes de novas baixas.
"O mercado financeiro gostou do anúncio do Tesouro americano. O pacote se mostra eficiente ao adotar medidas que tendem a gerar demanda pelos ativos tóxicos. Agora temos de ver como se dará a implementação dessas medidas", afirma André Simões, gestor de fundos do Modal Asset.
O índice Dow Jones de Nova York cravou alta de 6,84%. As ações de grandes bancos americanos, epicentro da crise global, tiveram altas expressivas: o Bank of America disparou 26%; o JPMorganChase subiu 24,7%; o Citigroup, 19,5%.
Na Bovespa, as altas das ações do setor bancário foram também vigorosas:a ação Unibanco UNT subiu 12,15%; Itaú PN, 9,63%; Bradesco PN, 7,39%; e BB ON, 7,09%.
"A possibilidade de recuperação lá fora traz um viés positivo para o mercado brasileiro. Mas o que vemos neste momento é um processo correção. Não há indícios para afirmamos que o pior já passou", avalia Simões.
Desde o agravamento da crise global, em setembro, o mercado tem tido períodos de euforia, com as Bolsas tendo algumas expressivas altas pontuais. Mas o resultado acumulado no período ainda é negativo.
A Bovespa ainda está bem distante de seu pico histórico, os 73.516 pontos alcançados em maio de 2008. A pontuação varia com o sobe-e-desce das ações. Quanto mais elevada a pontuação, mais apreciadas estão as ações. Ontem a Bolsa registrou 42.438 pontos, o que representa 13% de alta no ano. Mas, para quem entrou na Bolsa em seu pico, as perdas acumuladas até o momento ainda são muito altas, de 42%.
O maior apetite que os investidores estrangeiros começaram a demonstrar pelas ações brasileiras nas últimas semanas tem sido um dos fatores que têm feito de março o melhor mês da Bolsa -até o momento- desde abril do ano passado. Neste mês, até o dia 18, o balanço das operações realizadas pelos estrangeiros está positivo em R$ 549,9 milhões.
O mercado de câmbio refletiu também o desempenho favorável dos mercados. O dólar encerrou o dia a R$ 2,246, com baixa de 5,23% no mês.

Pacote imobiliário
Mais ligado à agenda interna, o setor de construção civil também teve um dia de altas fortes na Bolsa brasileira. O mercado espera amanhã a divulgação do pacote do governo destinado ao setor. No topo das altas, apareceram Gafisa ON, com elevação de 16,16%, e Cyrela Realt ON, com 11,90%.


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