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Puxadas por bancos, SP sobe 5,9% e NY, 6,8%
Bovespa tem segundo melhor pregão do ano e acumula alta de 11% no mês; Citi sobe 19%, enquanto Itaú ganha 9,6%
Dólar recua 0,8% e encerra
cotado a R$ 2,246; analista
avalia que ainda é cedo
para considerar que a pior
fase do mercado já passou
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo pacote financeiro
americano levou euforia aos
mercados ontem. A Bovespa teve seu segundo melhor pregão
do ano. Com valorização de
5,89%, a Bolsa superou a barreira dos 42 mil pontos e passou a registrar ganhos de
11,14% no mês. O dólar caiu
0,80%, para R$ 2,246.
A expectativa do mercado é
que o plano dê alento ao devastado setor financeiro americano. Tanto que as ações dos bancos foram destaque pelo mundo ontem, embora, desde o agravamento da crise global,
em setembro, outros momentos de euforia após anúncios de
planos de resgate tenham se
mostrado alívios apenas passageiros antes de novas baixas.
"O mercado financeiro gostou do anúncio do Tesouro
americano. O pacote se mostra
eficiente ao adotar medidas
que tendem a gerar demanda
pelos ativos tóxicos. Agora temos de ver como se dará a implementação dessas medidas",
afirma André Simões, gestor de
fundos do Modal Asset.
O índice Dow Jones de Nova
York cravou alta de 6,84%. As
ações de grandes bancos americanos, epicentro da crise global,
tiveram altas expressivas: o
Bank of America disparou 26%;
o JPMorganChase subiu
24,7%; o Citigroup, 19,5%.
Na Bovespa, as altas das
ações do setor bancário foram
também vigorosas:a ação Unibanco UNT subiu 12,15%; Itaú
PN, 9,63%; Bradesco PN,
7,39%; e BB ON, 7,09%.
"A possibilidade de recuperação lá fora traz um viés positivo para o mercado brasileiro.
Mas o que vemos neste momento é um processo correção.
Não há indícios para afirmamos que o pior já passou", avalia Simões.
Desde o agravamento da crise global, em setembro, o mercado tem tido períodos de euforia, com as Bolsas tendo algumas expressivas altas pontuais.
Mas o resultado acumulado no
período ainda é negativo.
A Bovespa ainda está bem
distante de seu pico histórico,
os 73.516 pontos alcançados em
maio de 2008. A pontuação varia com o sobe-e-desce das
ações. Quanto mais elevada a
pontuação, mais apreciadas estão as ações. Ontem a Bolsa registrou 42.438 pontos, o que representa 13% de alta no ano.
Mas, para quem entrou na Bolsa em seu pico, as perdas acumuladas até o momento ainda
são muito altas, de 42%.
O maior apetite que os investidores estrangeiros começaram a demonstrar pelas ações
brasileiras nas últimas semanas tem sido um dos fatores
que têm feito de março o melhor mês da Bolsa -até o momento- desde abril do ano
passado. Neste mês, até o dia
18, o balanço das operações realizadas pelos estrangeiros está
positivo em R$ 549,9 milhões.
O mercado de câmbio refletiu também o desempenho favorável dos mercados. O dólar
encerrou o dia a R$ 2,246, com
baixa de 5,23% no mês.
Pacote imobiliário
Mais ligado à agenda interna,
o setor de construção civil também teve um dia de altas fortes
na Bolsa brasileira. O mercado
espera amanhã a divulgação do
pacote do governo destinado ao
setor. No topo das altas, apareceram Gafisa ON, com elevação
de 16,16%, e Cyrela Realt ON,
com 11,90%.
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