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Empresário ganhou fama de ousado
da Reportagem Local
Filho de libaneses, Ricardo Mansur destacou-se como comprador
de empresas endividadas, a preços
baixos e prazos longos, vendendo-as mais adiante com lucro.
Seu estilo agressivo de fazer negócios lhe valeu a fama, entre o
empresariado, de ousado.
Mansur ingressou no mundo dos
negócios logo cedo, aos 19 anos.
Com um dinheiro recebido de seu
pai, Karam, que acabara de ver sua
tecelagem falir, Mansur abriu uma
papelaria no centro de São Paulo.
Um ano depois, em 67, comprou
a fábrica de laticínios Vigor, que tinha alto endividamento, para pagá-la em sete anos.
No mesmo estilo de operação, fechou a compra da indústria de
enlatados Peixe, em 75. No início
da década de 80, foi a vez de comprar outra indústria de laticínios, a
Leco, que vinha apresentando prejuízo.
Todas essas empresas foram
compradas em sociedade com seu
irmão, Carlos Alberto Mansur, que
acabou ficando com sua parte
quando Ricardo Mansur decidiu,
alguns anos depois, que o varejo
seria mais promissor.
O empresário teve também uma
passagem curiosa pelo setor de
franquias. Ele inaugurou a rede
Pizza Hut no Brasil em 90 e vendeu
seu negócio para a Pepsi, dona da
marca Pizza Hut no mundo, três
anos depois.
Segundo a versão mais difundida
do episódio, a rede de pizzarias teria dado tanto resultado no Brasil
que a Pepsi teria se interessado por
comprar o negócio de volta e Mansur teria embolsado um lucro de
US$ 14 milhões.
Há quem diga que, na realidade,
Mansur pintou um quadro mais
bonito do que a realidade sobre a
franquia. Embolsou de fato o lucro, mas teria decepcionado profundamente a Pepsi pelo estado
em que deixou o negócio.
Não só seu desempenho como
empresário é motivo de controvérsia. Sua vida pessoal também está
pontilhada de acontecimentos polêmicos.
Mansur é um aficionado pelo jogo de pólo. Tem dois campos em
uma fazenda em Campinas (SP) e
já jogou até com o príncipe Charles, da Inglaterra, país no qual tem
uma casa que adora visitar.
Foi em uma partida de pólo que
Mansur brigou com Alcides Diniz,
um dos herdeiros do grupo Pão de
Açúcar, e teria ameaçado matá-lo.
Tempos depois, Mansur brigou
com outro membro da família Diniz, Arnaldo, em um restaurante
sofisticado de São Paulo.
Antes de ingressar no varejo,
Mansur iniciou, em 94, sua curta
carreira de banqueiro, encerrada
ontem com a liquidação de suas
instituições financeiras.
Naquele ano, inaugurou o banco
United a partir de uma corretora
de valores comprada do grupo
Bunge y Born. Em 96, Mansur fundiu seu banco com o Antônio de
Queiroz, originando o Crefisul.
A marca Crefisul foi comprada
do empresário Olacyr de Moraes.
Como símbolo do banco, foi mantida a coroa que representava o antigo banco Antônio de Queiroz.
Foi no mesmo ano de 96 que Ricardo Mansur iniciou seu ambicioso projeto de magnata do varejo, comprando a rede Mappin da
empresária Cosette Alves.
Mansur tinha alguns simpatizantes, entre eles o banqueiro Lázaro
Brandão, do Bradesco, que promoveu a primeira aproximação
entre Mansur e Cosette Alves.
Em 97, Mansur ampliou seus domínios no varejo adquirindo a
Mesbla, em uma complexa operação de reestruturação da dívida da
rede da família de Botton.
Os credores tiveram suas dívidas
convertidas em ações da Mesbla, e
Mansur comprou a participação
dos bancos Unibanco, BCN e Pontual, que representava 53% do total
da Mesbla.
O outros mais de 1.500 credores
permaneceram como acionistas da
nova Mesbla.
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