São Paulo, quarta, 24 de março de 1999

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COMBUSTÍVEL
Redução em todos os países produtores atinge 2,1 milhões de barris por dia; preço registra pequena queda
Opep decide cortar produção de petróleo

das agências internacionais

Os 11 países que integram a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) firmaram ontem, em Viena, acordo para reduzir a produção diária de petróleo em 1,7 milhão de barris.
Outros países que não pertencem à Opep (México, Noruega, Omã e Rússia) também decidiram reduzir a produção em 386 mil barris por dia. No total, o corte será de 2,1 milhões de barris.
A medida, que entrará em vigor a partir de 1º de abril, foi tomada parar enfrentar a crise do mercado petrolífero.
"Os países-membros enfatizam seu compromisso de cumprir este acordo que terá validade por um ano e reafirmam sua intenção de respeitá-lo completamente", afirmou o nigeriano Rilwanu Lukman, secretário-geral da Opep.
Os exportadores de petróleo já perderam um grande volume de dinheiro com a queda nos preços, os mais baixos dos últimos 12 anos.

Reação
O mercado, entretanto, não ficou entusiasmado com as decisões da Opep. O óleo do tipo Brent apresentou pequena variação, passando de US$ 13,88 o barril para US$ 13,84.
"O encontro da Opep é o que todo mundo esperava", disse Victor Yu, analista da Refco Inc. "Não há nada de novo. Então, os preços caem."
A Arábia Saudita e outros membros da Opep, no entanto, estimam que as novas medidas irão promover a alta do petróleo do tipo Brent para entre US$ 17 e US$ 19 o barril.
No auge da crise, o barril chegou a ser negociado abaixo de US$ 10.
"Essas são boas intenções, mas o mercado precisa de mais do que boas intenções", afirmou Fala Aljibury, analista do mercado petrolífero. "O mercado está atento", disse o analista.
A Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, também será o país que mais reduzirá a produção em volume. De acordo com o governo da Venezuela, o país será o que mais reduzirá a produção em proporção.
O Iraque foi excluído das negociações porque suas exportações estão limitadas por sanções da ONU (Organização das Nações Unidas).



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