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São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2003

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Taxa fecha 2003 em R$ 3,37, diz governo

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da atual redução da cotação do dólar, o governo trabalha com um valor de R$ 3,37 para a moeda no final deste ano. Ontem, o chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, José Carlos Miranda, ressaltou as preocupações do governo com um câmbio muito baixo.
Miranda traçou os cenários para este ano em uma reunião sobre Plano Plurianual com os secretários de Planejamento dos Estados. O assessor foi questionado por um dos secretários sobre a necessidade de um esforço fiscal alto após a valorização do real.
A valorização diminui a parcela da dívida pública corrigida pelo dólar. O esforço fiscal do governo tem justamente o objetivo de reduzir a relação entre a dívida e o PIB (Produto Interno Bruto).
"Não me parece adequado que o câmbio chegue a um piso não favorável ao desempenho das exportações. Se o real continuar se apreciando, isso coloca uma restrição ao resultado comercial", respondeu Miranda.
Esse mesmo tipo de preocupação já foi manifestada pelos ministros Guido Mantega (Planejamento), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Roberto Rodrigues (Agricultura).
Miranda também afirmou que as previsões sobre crescimento econômico apresentadas no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado ao Congresso na semana passada são "conservadoras". O projeto fala em crescimento de 3,5% para 2004, 4% para 2005 e 4,5% para 2006. "As metas de crescimento estão bastante aquém da potencialidade da economia brasileira."
Em relação às taxas de juros, Miranda disse que a projeção para a taxa média anual que corrige a dívida pública é de 23,5% para 2003, o que pode indicar queda dos juros nos próximos meses, atualmente em 26,5% ao ano.
Segundo Miranda, o aumento das exportações terá papel de destaque na ativação do crescimento econômico do país já a partir do segundo semestre. Ele explicou que o país também poderá contar com um aumento dos financiamentos externos e com parcerias entre os setores público e privado.
O secretário de Planejamento de São Paulo, Andrea Calabi, disse que o Estado trabalha com números mais pessimistas para o crescimento econômico. "As taxas de juros reais [acima da inflação" estão muito altas. Quem vai investir em infra-estrutura?"


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