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Taxa fecha 2003 em R$ 3,37, diz governo
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da atual redução da cotação do dólar, o governo trabalha
com um valor de R$ 3,37 para a
moeda no final deste ano. Ontem,
o chefe da assessoria econômica
do Ministério do Planejamento,
José Carlos Miranda, ressaltou as
preocupações do governo com
um câmbio muito baixo.
Miranda traçou os cenários para este ano em uma reunião sobre
Plano Plurianual com os secretários de Planejamento dos Estados.
O assessor foi questionado por
um dos secretários sobre a necessidade de um esforço fiscal alto
após a valorização do real.
A valorização diminui a parcela
da dívida pública corrigida pelo
dólar. O esforço fiscal do governo
tem justamente o objetivo de reduzir a relação entre a dívida e o
PIB (Produto Interno Bruto).
"Não me parece adequado que
o câmbio chegue a um piso não
favorável ao desempenho das exportações. Se o real continuar se
apreciando, isso coloca uma restrição ao resultado comercial",
respondeu Miranda.
Esse mesmo tipo de preocupação já foi manifestada pelos ministros Guido Mantega (Planejamento), Luiz Fernando Furlan
(Desenvolvimento) e Roberto
Rodrigues (Agricultura).
Miranda também afirmou que
as previsões sobre crescimento
econômico apresentadas no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado ao Congresso na
semana passada são "conservadoras". O projeto fala em crescimento de 3,5% para 2004, 4% para 2005 e 4,5% para 2006. "As metas de crescimento estão bastante
aquém da potencialidade da economia brasileira."
Em relação às taxas de juros,
Miranda disse que a projeção para a taxa média anual que corrige
a dívida pública é de 23,5% para
2003, o que pode indicar queda
dos juros nos próximos meses,
atualmente em 26,5% ao ano.
Segundo Miranda, o aumento
das exportações terá papel de destaque na ativação do crescimento
econômico do país já a partir do
segundo semestre. Ele explicou
que o país também poderá contar
com um aumento dos financiamentos externos e com parcerias
entre os setores público e privado.
O secretário de Planejamento
de São Paulo, Andrea Calabi, disse que o Estado trabalha com números mais pessimistas para o
crescimento econômico. "As taxas de juros reais [acima da inflação" estão muito altas. Quem vai
investir em infra-estrutura?"
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