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TRABALHO
Renault e GM também estão paradas; trabalhadores reivindicam reajuste salarial, mas empresas oferecem abono
Volvo é 3ª montadora a entrar em greve em dois dias
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
Os funcionários da Volvo do
Brasil, em Curitiba, entraram em
greve ontem por tempo indeterminado. Cerca de 1.600 metalúrgicos estão parados.
A Volvo é terceira montadora a
entrar em greve no país nos últimos dois dias. A Renault, de São
José dos Pinhais (PR), e a General
Motors, de São José dos Campos
(SP), também estão paradas desde anteontem. O motivo da greves
é o mesmo: reajuste salarial.
Segundo a assessoria da Volvo
do Brasil, hoje a empresa entrará
na Justiça solicitando o dissídio
coletivo dos funcionários.
A Volvo ofereceu um abono de
R$ 500 para todos os funcionários
a serem pagos em duas parcelas.
A proposta foi rejeitada.
Na manhã de ontem, uma nova
paralisação foi organizada pelos
funcionários. Desta vez, a empresa ofereceu um abono de R$ 600
para quem ganha até R$ 3.000 e
R$ 400 para aqueles que mais.
O Sindicato dos Metalúrgicos
da Grande Curitiba reivindica um
reajuste de 14,61% nos salários,
referente ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
acumulado de setembro de 2002 a
março de 2003.
Com a rejeição também dessa
segunda proposta da empresa, o
sindicato determinou a entrada
dos trabalhadores em greve por
tempo indeterminado.
Na Renault, que tem sede em
São José dos Pinhais, 2.500 trabalhadores estão parados desde anteontem. Os funcionários da
montadora francesa reivindicam
a mesma reposição salarial pedida pelos trabalhadores da Volvo.
A Renault divulgou ontem nota
repudiando a paralisação dos
seus funcionários. "A Renault do
Brasil lamenta a forma como este
movimento vem sendo conduzido", diz a nota. A empresa ofereceu abono de R$ 360 a serem pagos em três vezes.
Ontem, em assembléia com
2.500 pessoas, os funcionários da
Volkswagen/Audi, também na
Grande Curitiba, decidiram não
entrar em greve, mas vão encaminhar à empresa a reivindicação de
pagamento de abono de R$ 500
em parcela única ou R$ 550 em
duas vezes. A proposta da empresa é de abono de R$ 500 em cinco
vezes. Os funcionários da Volkswagen/Audi têm um acordo com
a empresa de repasse integral do
INPC em setembro.
Já os 10,5 mil funcionários da
GM querem reajuste salarial de
10,39%, redução da jornada de
trabalho de 40 para 36 horas semanais e fixação de um gatilho salarial toda vez que a inflação ultrapassar 3%.
A GM, que havia oferecido anteontem um abono de 36% sobre
os salários, aumentou ontem sua
oferta para 56%, mas a proposta,
novamente, não foi aceita pelo
sindicato da categoria.
Os 3.600 operários da Johnson
& Johnson, em São José dos Campos, aprovaram ontem estado de
greve. Eles querem um reajuste
salarial extraordinário de 12% como forma de compensar perdas
inflacionárias.
Colaboraram Mari Tortato,
da Agência Folha, em Curitiba e
Maria Teresa Moraes, da Folha Vale
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