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InBev estuda oferecer US$ 46 bi por Anheuser
Empresa terá cerca de 25% do mercado mundial de cerveja se confirmar transação
Caso acorde não avance, InBev poderá tentar fusão com a americana SABMiller; ações da Anheuser são as que mais sobem no S&P 500
JULIE MACINTOSH
NEIL HUME
DO "FINANCIAL TIMES"
A InBev, a cervejaria resultado da fusão da brasileira AmBev com a belga Interbrew, pode tentar forçar a americana
Anheuser-Busch a aceitar negociações ou fechar um acordo
com a SABMiller, à medida que
tenta consolidar sua fatia do
mercado mundial de cerveja,
segundo pessoas familiarizadas
com os planos da empresa.
A InBev vem há muito estudando a possibilidade de uma
fusão com a Anheuser, a fabricante da cerveja Budweiser,
mas tem encontrado consistente oposição de parte do conselho da empresa da rival.
A InBev, que controla várias
marcas de cerveja, como Stella
Artois e Beck, conquistaria o
controle de cerca de um quarto
do mercado mundial de cerveja
se a transação, que unirá duas
das maiores cervejarias do
mundo, obtiver sucesso.
Enquanto pondera se deve
tomar medidas mais agressivas, a InBev trabalha numa
oferta US$ 46 bilhões pela tomada do controle acionário da
Anheuser e organiza o possível
financiamento da transação,
dizem pessoas próximas ao
processo. Essas mesmas pessoas alertaram de que os planos
da InBev ainda não estão cristalizados e que podem mudar.
As ações da Anheuser subiram 7,66% ontem na Bolsa de
Nova York e foram as que tiveram o maior avanço entre as
500 empresas que compõem o
índice S&P 500. Os papéis da
InBev caíram 3,1% na Bolsa de
Bruxelas. A ação PN da AmBev
encerrou o pregão da Bovespa
de ontem com baixa de 2,8%.
O grupo de investimento
Berkshire Hathaway, de Warren Buffett -o homem mais rico do mundo, segundo a revista
"Forbes"-, é o segundo maior
acionista da Anheuser-Busch.
Estratégia
Caso o grupo cervejeiro belga
decida não apresentar uma
proposta aberta, poderá abordar diretamente August Busch
4º, o presidente-executivo da
Anheuser, que resistiu a uma
oferta informal da InBev em
outubro do ano passado, afirmaram as fontes. Se isso não
convencer a rival a iniciar negociações amistosas, a InBev poderá considerar um apelo direito aos acionistas da Anheuser.
Para enfrentar possíveis obstáculos, no entanto, a InBev
também tem em avaliação um
possível plano B: uma fusão
com a SABMiller. A InBev e a
SABMiller vem discutindo informalmente uma combinação,
de acordo com uma pessoa familiarizada com a situação.
Os avanços dessas conversações, porém, foram limitados
pela revisão que o Departamento da Justiça dos EUA iniciou sobre a fusão das operações norte-americanas da SABMiller com as da Molson Coors.
A Molson Coors anunciou esta semana que esperava que a
empresa combinada, que deve
se chamar Miller-Coors, seja
aprovada pelas autoridades regulatórias americanas nas próximas semanas. Depois disso,
as negociações entre a SABMiller e a InBev podem progredir.
Para organizar sua possível
oferta pela Anheuser-Busch, a
InBev estaria trabalhando para
a montagem de um pacote financeiro, com assessoria do
JPMorgan e do Santander.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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