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País começa a importar gás liquefeito
Segundo executivo da Petrobras, primeira carga do produto tem chegada prevista para julho ao porto de Pecém (CE)
Brasil vai usar tecnologia que transforma líquido novamente em gás no próprio navio, sem a necessidade de terminais
DA BLOOMBERG
A Petrobras vai importar em
julho o primeiro carregamento
de gás natural liquefeito (GNL).
O navio de transporte de
GNL, Golar Spirit, vai partir no
dia 31 de Cingapura com destino ao porto de Pecém, no Ceará, disse ontem em Londres
Marcio Bastos Demori, o executivo da Petrobras responsável pela compra de GNL.
O Brasil vai se tornar o segundo país latino-americano a
importar gás natural liquefeito,
depois da Argentina. O GNL é
um gás resfriado a temperaturas inferiores a 160 graus, para
ser transportado como líquido.
"O problema do Brasil é o forte crescimento da demanda por
combustíveis", disse Frank
Harris, chefe para GNL Global
da Wood Mackenzie Consultants, com sede em Edimburgo.
O Brasil depende da energia hidrelétrica para a maior parte de
sua geração de eletricidade e
vai importar GNL durante a
época da seca, afirmou.
O Brasil e a Argentina adotam a tecnologia que usa equipamento no próprio navio para
transformar o líquido novamente em gás, o que acaba com
a necessidade de terminais para regaseificação em terra. Com
essa tecnologia, o gás pode ser
bombeado diretamente para a
rede de gasodutos do país.
A Petrobras contratou os navios Golar Spirit e Golar Winter
para fretes por um período de
dez anos da empresa Golar
LNG, controlada por John Fredriksen, bilionário norueguês
do setor de navegação. Os dois
navios-tanques vão receber
unidades de regaseificação.
A Petrobras contratará um
segundo terminal para a importação de GNL, usado pelo
Golar Winter, na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, ainda neste ano, disse Demori. Há
planos para um terceiro terminal em São Luís (MA).
Pouca oferta
O Golar Spirit receberá a carga no trajeto a partir de Cingapura, disse Demori, sem revelar
o local exato.
A Nigeria LNG, projeto parcialmente pertencente à Royal
Dutch Shell, é um fornecedor
potencial, disse Harris, da
Wood Mackenzie. Relatório na
revista "LNG Intelligence" em
julho dizia que a Petrobras negociava um acordo de fornecimento com Omã e que poderia
receber um fornecimento adicional do combustível do Qatar.
A exemplo de outros potenciais importadores do combustível no longo prazo, o Brasil
pode enfrentar pouca oferta de
GNL, disse Debbie Turner, diretora para GNL da BS Energy
Services, de Londres.
O Brasil consumiu 50,8 milhões de metros cúbicos de gás
natural por dia em 2007. O consumo pode subir para 134 milhões de metros cúbicos por dia
até 2012, segundo a Petrobras.
O país usará 48 milhões de
metros cúbicos por dia de gás
natural para gerar eletricidade,
contra 5,5 milhões de metros
cúbicos em 2007, disse Demori.
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