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Fiesp cobra maior oferta da Petrobras
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Departamento de Infra-Estrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deinfra/Fiesp) vai cobrar da
Petrobras o cumprimento
de uma promessa de ampliação da oferta de gás natural para o Estado. O
compromisso teria sido
feito pelo ex-diretor de gás
e energia da Petrobrás Ildo Sauer e posteriormente
reafirmado pela atual diretora, Graça Foster.
Segundo o vice-presidente da Fiesp e diretor do
Departamento de Infra-Estrutura, Saturnino Sérgio da Silva, a estatal havia
garantido à federação a expansão anual de 11% na
oferta de gás natural para
o consumo industrial em
São Paulo. O compromisso, segundo a Fiesp, não
está sendo cumprido.
"A resposta que a indústria de São Paulo tem tido
ao pedir mais gás à Comgás é a de que até 2010 não
haverá ampliação da oferta em relação ao volume
distribuído atualmente",
afirma Silva. A Comgás entrega diariamente à indústria de São Paulo 10,7 milhões de metros cúbicos.
A direção de gás e energia da Petrobras, responsável pelos contratos de
fornecimento de gás natural, disse por intermédio
da assessoria de comunicação que "não tem registrado esse compromisso"
de expansão da oferta de
gás à indústria paulista
alegado pela Fiesp.
Segundo previsão que
teria sido dada pela estatal
à indústria de São Paulo, o
aumento da oferta viria da
expansão da produção de
gás na bacia do Espírito
Santo e do início da exploração do campo de Mexilhão (na bacia de Santos).
A transferência do gás do
Espírito Santo para o Rio
de Janeiro aliviaria o problema de escassez em São
Paulo. Sairiam daí também os volumes que São
Paulo esperava, de acordo
com a Fiesp.
Sem investimentos
A Fiesp alega que São
Paulo enfrenta período de
"represamento de investimento" por falta de gás natural. Silva afirmou ainda
que existem projetos para
expansão das indústrias
cerâmica, do vidro e de
fertilizantes que não saem
do papel em decorrência
da falta do insumo.
A federação disse que
pediu um encontro com a
diretoria de gás e energia
da Petrobras para discutir
o assunto. A reunião ainda
não tem dada definida.
"Queremos saber da Petrobrás se os números que
foram apresentados à
Fiesp antes estão valendo
ou foram revistos", diz Silva. Sobre o encontro, a Petrobras informou que desconhece esse pedido.
A geração térmica é
apontada pela Abegás (Associação Brasileira das
Empresas Distribuidoras
de Gás Canalizado) como a
razão para o congelamento de nova oferta de gás para o setor industrial. O setor insiste na transformação dos chamados contratos interruptíveis pelos
contratos firmes de fornecimento. A Abegás diz que
a geração térmica a gás
cresceu 150% neste ano
em relação a 2007.
O governo quer chegar a
dezembro com nível mais
alto de água nos reservatórios e evitar o risco registrado no ano passado.
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