São Paulo, sábado, 24 de maio de 2008

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Fiesp cobra maior oferta da Petrobras

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Departamento de Infra-Estrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deinfra/Fiesp) vai cobrar da Petrobras o cumprimento de uma promessa de ampliação da oferta de gás natural para o Estado. O compromisso teria sido feito pelo ex-diretor de gás e energia da Petrobrás Ildo Sauer e posteriormente reafirmado pela atual diretora, Graça Foster.
Segundo o vice-presidente da Fiesp e diretor do Departamento de Infra-Estrutura, Saturnino Sérgio da Silva, a estatal havia garantido à federação a expansão anual de 11% na oferta de gás natural para o consumo industrial em São Paulo. O compromisso, segundo a Fiesp, não está sendo cumprido.
"A resposta que a indústria de São Paulo tem tido ao pedir mais gás à Comgás é a de que até 2010 não haverá ampliação da oferta em relação ao volume distribuído atualmente", afirma Silva. A Comgás entrega diariamente à indústria de São Paulo 10,7 milhões de metros cúbicos.
A direção de gás e energia da Petrobras, responsável pelos contratos de fornecimento de gás natural, disse por intermédio da assessoria de comunicação que "não tem registrado esse compromisso" de expansão da oferta de gás à indústria paulista alegado pela Fiesp.
Segundo previsão que teria sido dada pela estatal à indústria de São Paulo, o aumento da oferta viria da expansão da produção de gás na bacia do Espírito Santo e do início da exploração do campo de Mexilhão (na bacia de Santos). A transferência do gás do Espírito Santo para o Rio de Janeiro aliviaria o problema de escassez em São Paulo. Sairiam daí também os volumes que São Paulo esperava, de acordo com a Fiesp.

Sem investimentos
A Fiesp alega que São Paulo enfrenta período de "represamento de investimento" por falta de gás natural. Silva afirmou ainda que existem projetos para expansão das indústrias cerâmica, do vidro e de fertilizantes que não saem do papel em decorrência da falta do insumo.
A federação disse que pediu um encontro com a diretoria de gás e energia da Petrobras para discutir o assunto. A reunião ainda não tem dada definida.
"Queremos saber da Petrobrás se os números que foram apresentados à Fiesp antes estão valendo ou foram revistos", diz Silva. Sobre o encontro, a Petrobras informou que desconhece esse pedido.
A geração térmica é apontada pela Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado) como a razão para o congelamento de nova oferta de gás para o setor industrial. O setor insiste na transformação dos chamados contratos interruptíveis pelos contratos firmes de fornecimento. A Abegás diz que a geração térmica a gás cresceu 150% neste ano em relação a 2007.
O governo quer chegar a dezembro com nível mais alto de água nos reservatórios e evitar o risco registrado no ano passado.


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